sábado, 29 de dezembro de 2012

Aquecimento


Embora tenha a ver como o assunto, não colocarei como parte integrante dos posts do Projeto Maratona de São Paulo 2013. Também não faço isso porque o texto não é meu, mas vale muito a pena dar uma lida. Já serve como estímulo e aquecimento para os 42.195.





"Cruzar a linha de chegada de uma maratona pela primeira vez é um momento com consequências para toda a vida. Ao fazê-lo, prova-se algo para si mesmo
que jamais será tirado. Deixa o evento com sinais evidentes de que se é forte, jovial e corajoso. Uma coisa é imaginar que se tinha capacidade para correr uma maratona; outra bem diferente é saber por que o fez.

As primeiras maratonas são imensamente desafiadoras, até mesmo para os corredores mais talentosos. Quarenta e dois quilômetros são um longo caminho a percorrer, para qualquer pessoa. A partir do momento em que se é capaz de assumir e superar um desafio de tais proporções, os benefícios são certos - na forma de confiança, respeito próprio e coragem, e nunca desaparecem.

Mesmo que o processo de treinamento para uma maratona não seja extremamente estimulante para a saúde, ainda assim sugeriria a todos que corressem pelo menos uma maratona, apenas pelos efeitos poderosos que provoca na mente e no espírito. Afinal, não passamos a maior parte da vida duvidando de nós mesmos, pensando que não somos bons o suficiente, não somos fortes o suficiente, não fazemos o certo? A maratona proporciona a oportunidade de encarar essas dúvidas, Ela tem uma forma de analisar o contexto da nossa própria essência, eliminando todas as barreiras protetoras e expondo nossa alma. A maratona diz que o prejudicará, que você ficará desmoralizado e derrotado como um amontoado inerte ao lado da estrada. Ela diz que não pode ser feita – não por você. Ah!, ela zomba de você. Somente nos seus sonhos.

Então, você treina pesado; dedica-se de todo o coração; sacrifica-se e supera os inúmeros pequenos desafios ao longo do caminho. Deposita tudo que conseguiu nela. Mas sabe que a maratona exigirá muito mais de você. Nas profundezas escuras da mente uma voz pessimista está dizendo: Você não consegue. Você se esforça ao máximo para ignorar essa insegurança, mas a voz não o abandona.

Na manhã da primeira maratona, a voz da dúvida se multiplica, tornando-se um coro completo. Na altura do quilômetro 30, esse coro está gritando tão alto que é só o que você consegue escutar. Os músculos doloridos e esgotados imploram que você pare. Você deve parar. Mas você não para. Dessa vez ignora a voz da dúvida; ignora aquele que diz que você não é bom o suficiente, e só ouve a paixão no seu coração. Esse desejo ardente diz para continuar, para colocar um pé audaciosamente à frente do outro, e em algum lugar você encontra a força de vontade para fazê-lo.

A coragem surge de diversas formas. Hoje você descobre a coragem para continuar tentando, par anão desistir, por mais terríveis que as coisas se tornem. E elas se tornarão terríveis. Na marca do quilômetro 40, você quase não conseguirá ver mais o percurso, a visão se torna vaga e vacilante ao mesmo tempo em que a mente oscila nos limites da consciência.

E então, repentinamente, a linha de chegada floresce à sua frente, como um sonho. Um nó se forma na garganta durante o percurso daqueles poucos passos finais. Agora, você finalmente consegue responder à irritante voz com um inequívoco.

Sim, eu posso!

Sua explosão ao cruzar a linha de chegada, cheio de orgulho, para sempre livre da prisão da insegurança e das limitações autoimpostas que o mantiveram prisioneiro. Você aprendeu mais sobre si mesmo nos últimos 42 quilômetros do que em qualquer outro dia de sua vida. Mesmo que não consiga andar mais tarde, você nunca foi tão livre. Completar uma maratona é mais do que apenas algo que se ganha; um maratonista é alguém em quem você se transforma.

Enquanto estiver sendo ajudado na linha de chegada, mal conseguindo levantar a cabeça, você está em paz. Nenhuma luta, dúvida ou fracassos futuros podem remover o que você realizou hoje. Você fez o que poucos farão - o que pensou jamais conseguir fazer, e é o despertar mais glorioso e inesquecível. Você é um maratonista e usará essa distinção não na lapela, mas no coração, para o resto da vida"

50 Maratonas em 50 Dias, de Dean Karnazes


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A Segunda Temporada


A minha segunda temporada de corridas de rua está mais técnica e muito menos imediatista que a primeira. Também, depois de cometer alguns erros, ou melhor, de cair em algumas armadilhas tem provas que eu não quero nem lembrar que existem, como por exemplo, a tal Corrida do Trabalhador, lá na Zona Leste, outras que deixaram saudades como a Tribuna, Gonzaguinha, Corrida de Aleluia e as do Circuito SESI.

A parte técnica é devido à Maratona que pretendo realizar em Abril, será não só o maior desafio do ano, mas de toda minha vida, por se tratar da primeira maratona. Por conta dos treinos que se estenderão até o fim de abril eu escolhi só as melhores provas, ou no caso as que servirão de treinamento para a grande meta.

Claro que algumas outras provas surgirão ao longo do caminho, tracei esse calendário com as provas que já estão com datas marcadas, ainda assim essas 23 corridas com certeza não estarão sozinhas no fim da temporada. Tem o Circuito Superação em São José dos Campos, tem também as corridas do Circuito Popular e outras que vão se encaixar no calendário. E por falar nisso, não caio mais nessas provas tops, midiáticas e absurdamente caras.


1.     13 /01 /2013 – 36° Corrida de Reis – 10 KM
2.     16/02/2013 – Volta Pedestre Cidade de Itu – 10 KM
3.     10/03/2013 – Correr e Caminhar - Mercedes-Benz – 10 KM
4.     17/03/2013 – Meia Maratona de São Paulo  – 21 KM
5.     24/03/2013 – 15 km de Barueri – 15 KM
6.     14/04/2013 – Meia Maratona Corpore – 21 KM
7.     27/04/2013 – Corrida Vertical – 554 Degraus
8.     28/04/2013 – Circuito SESI – 10 KM
9.     01/05/2013 – Corrida do Trabalhador – 08 KM
10.  05/052013 – Eco Duathlon 1° Etapa – 5-20-2,5 KM
11.  19/05/2013 – 28° Tribuna FM – 10 KM
12.  30/05/2013 – Corrida da Amizade Nippon – 05 KM
13.  16/06/2013 – Maratona Internacional de Porto Alegre – 42 KM
14.  23/06/2013 – Meia Maratona Ecológica – 21 KM
15.  09/07/2013 – Circuito Popular – Autódromo – 8,5 KM
16.  11/08/2013 – Circuito Popular Itaquera – 05 KM
17.  18/08/2013 – Circuito SESI – 10 KM
18.  25/08/2013 – Juventus Viva Mooca – 10 KM
19.  01/09/2013 – Eco Duathlon 2° Etapa – 5-20-2,5 KM
20.  21/09/2013 – Corrida 24 Horas na Pista – 15 KM
21.  06/10/2013 – Maratona Internacional de São Paulo – 42 KM
22.  13/10/2013 – Circuito Longevidade Bradesco – 10 KM
23.  27/10/2013 – Circuito Nacional de Corrida do Carteiro 2013 – 10 KM
24.  10/11/2013 – Corrida Internacional Shopping – 05 KM
25.  24/11/2012 – Corrida Caminho da Paz – 07 km
26.  08/12/2013 – Corrida Internacional Cidade de Guarulhos – 05 KM
27.  15/12/2013 – Aquathlon Solidário – 500m/Natação 3 km corrida
28.  31/12/2013 – 89° São Silvestre – 15 KM


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012




Essa prova foi uma daquelas que a gente resolve participar aos 48 do segundo tempo. Um dia desses sem querer e sem muita pretensão entrei no site e resolvi fazer minha inscrição.
Pois se soubesse a teria feito antes, trata-se de um aprova fantástica com um percurso muito agradável. Na retirada dos kits no sábado pude observar a estrutura do complexo esportivo da Escola de Educação Física da Polícia Militar, simplesmente maravilhosa, com ênfase na maioria dos esportes, além de uma quadra poliesportiva ampla e bem demarcada.
Chegamos (Alcides e eu) lá por volta de 6h30 do domingo, estacionamos próximo a Cruzeiro do Sul e ficamos aguardando a largada, enquanto isso entregamos o kit do grande amigo Carlos e encontramos um velho conhecido do Alcides que nos contou um pouco sobre suas aventuras como piloto de Moto Cross.
A largada foi pontualmente às 7h45min, como combinado e pelo excesso de pessoas na largada não deu para imprimir um bom ritmo no início, por isso passei o primeiro km na marca dos 6min, tempo que foi diminuindo bastante com o desenrolar da prova, quando estava no sétimo km já estava passando com 5,50.
No quilômetro 8 passei a ir sozinho, logo após a volta no Campo de Marte, o percurso era realmente muito bom, pegando alguns trechos da Marginal Tietê, o que de fato causou um desconforto á alguns motoristas, que de vez em quando até eram simpático à nos (pelo menos dessa vez ninguém jogou o carro contra os corredores). Falando nisso, quero ressaltar a participação da PM no evento, na maioria do percurso haviam Policiais espalhados, fardados ou utilizando seu uniforme de Educação Física, mas estavam lá prestigiando essa que se tratava de uma “festa da corporação”, pelo menos foi o que entendi.
Na volta houve um princípio de tumulto nos arredores da quadra da Escola de Samba Gaviões da Fiel, pois alguns torcedores queriam atravessar para assistir ao jogo da final do Mundial. Até entendo, pois estavam eufóricos com o time e não esperavam corredores “atravancando seu caminho”, nada muito sério, a coisa terminou bem.
Como citei acima o percurso é muito bom, em sua maioria plano e sem muitas curvas, o que possibilitou um bom pace e não tornou a prova maçante. Por volta do quilômetro 12 acessamos a Marginal outra vez, só que agora no sentido Ayrton Senna. Confesso que não consegui segurar meu pace até o final, estava um pouco mais forte do que tenho o hábito, principalmente por se tratar de um prova de média distância. No último quilômetro eu “apanhei” um pouco para seguir em frente.
Minha meta, na verdade, era bater minha própria marca na distância, em março eu participei dos 15 km da cidade de Barueri com o tempo de 01:22:24, e tinha isso na mente, tarefa não muito simples, pois se bem me lembro nessa data eu estava treinando para minha primeiro Meia, e estava no auge da forma física (antes da lesão). Mas ao entrar na pista de atletismo eu vi a marca de 01:22:00, o que significava que de qualquer maneira a marca havia sido batida. Ao obter o resultado fiquei ainda mais satisfeito 01:21:16. MARCA BATIDA, que venham outras.
O próximo desafio oficial é a mística São Silvestre, com a chegada na Paulista. Corrida que encerra de vez esse calendário de 2012, calendário esse que vai render uma postagem em breve, onde abordarei esse ano cheio de altos e baixos.

Projeto MaratonaSP 2013 #2




Dessa vez aproveito para abordar a questão física. Como citei anteriormente, estava com uma consulta marcada com o ortopedista. Bom os resultados possuem polos positivos e negativos.
Do ponto de vista prático minha lesão já está curada, ou pelo menos não há mais o risco de aumentar, uma vez que se trata de um desgaste crônico, havendo nesse caso, a possibilidade de estabilizar com um bom fortalecimento muscular. O polo negativo se trata de uma tendinite nos dois joelhos, resultantes da outra lesão anterior, mas até ai não há muito que fazer. Alongamentos intermináveis, gelo algumas vezes ao dia (que jamais da tempo), Salompas e alguns remedinhos.
A questão é que as chances de desaparecer são remotas, e ainda que isso ocorra ela volta um dia. De forma ainda mais clara eu terei que suportar essa dor nos treinos e nas provas. É sim, uma dor suportável, que bate um pouco nos primeiros 10 km e depois desaparece, mas nada que se precise diminuir o pace ou os treinos. Terei de me adaptar à ela, principalmente nos 42.195 metros do dia 28 de abril.
Em relação aos treinos estou utilizando uma técnica bem simples para não enjoar (me lembro bem de uma guria que desistiu de treinar para a maratona porque os treinos longos eram sempre no mesmo lugar), fico traçando mapas no MapMyRun baseando-me na rua ao entorno de casa, em Guarulhos, já saíram percursos de 10, 15, 21, 28 e até de 36 km, que tentarei vencer até meados de março. É preciso muita criatividade mesmo, pois já estou me preocupando com essa maratona, vencer os 42.195 não é uma tarefa para mortais.
Até a próxima...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Um ano depois...


         

   Um ano depois...

            As coisas mudaram, e como mudaram. Um ano depois eu votei ao lugar que passo diariamente sem nenhuma pretensão e o gostinho não poderia ter sido melhor.
            Há exato um ano eu fazia minha estréia em provas oficiais nessa mesma corrida com um tempo bem modesto de 01:12:33. E terminei aquela prova (http://ironmangfbpa.blogspot.com.br/2011/12/o-inimigo-oculto.html) com uma sensação única, que nunca antes havia experimentado.
            Foi empolgante, quer dizer, mais emocionante do que empolgante, pois muitas alegrias, provas e tempos vieram depois desse. E como o tempo passou...
            Um ano depois eu estava com um lastro gigante de amigos que fiz durante esse período. Um ano depois eu estava na companhia da minha irmã e de meu sobrinho, correr em família é tudo de bom. Um ano depois eu já tenho mais de 30 provas no currículo, muitas viagens, muitas medalhas, quilos a menos, meia maratona, um sub-50 nos 10 km, longões no “cardápio”, mochila de hidratação, já descobri qual é minha pisada e estou treinando para minha primeira maratona. É... O tempo passou e aquele curioso, transformou-se em um atleta. Sim, sou atleta, pois acreditei que seria.



            Com pinta de velho conhecido e com uma familiaridade impressionante, bem a vontade mesmo eu participei dessa corrida. É no “meu quintal” que ela acontece. Retirei o kit no sábado logo no início, por volta das 9h. Encontrei alguns amigos, inclusive o Corredor Corretor. No domingo cheguei lá no Bosque por volta das 7h me encontrei com  galera, que foi chegando aos poucos e quando reuni minha irmã e meu sobrinho rumamos para o bloco de largada.
            A largada aconteceu meio bagunçada, sei lá, sou contra esse troço de largar um pouquinho de cada vez. Imprimi um bom ritmo, e no caminho foi impossível não fazer as devida comparações, era importante estar ali. Em cada trecho que passava eu tentava buscar na cabeça como tinha sido no ano passado, inclusive a temida subida, que esse ano eu nem tomei conhecimento e até apertei o passo para passar um montão de gente.

            O fato é que essa foi uma corrida especial, que nem me deixou chateado por não conseguir outro sub-50 por conta de 40 segundos. No final encontrei minha irmã e meu sobrinho Wesley, que me lembrou do ritual da troca de medalhas, que o fizemos.
            Dei um abração na minha irmã que conseguiu realizar sua estréia mesmo sem ter dormido bem – o que acontece com quase todos os iniciantes em véspera de estréia – e tiramos algumas fotos. Parabéns Déinha!
            Bem diferente do ano passado esse ano ainda tem muitos desafios pela frente, a hora de entrar de férias do trabalho é a hora de começar outro tipo de trabalho: o de treinos. Ainda tenho a Sargento Gonzaguinha no próximo domingo e a São Silvestre, com chegada na Paulista. Além disso tenho a meta de atingir os 30km ainda esse ano, é só alentar que a coisa acontece.

            Um ano depois tudo mudou... Para melhor.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

No pain no gain



Foi uma longa jornada, debaixo de uma chuva tão grande quanto a vontade de superar os próprios limites, mas no alto do cume havia uma rica recompensa... Que ele foi buscar.
Esse poste não é meu...
É de um jovem iniciante nas corridas de rua. Esse post não é meu, é de um cara que tenho muito orgulho e satisfação de tê-lo incentivado à prática esportiva.
No último sábado, dia 24 de novembro aconteceu a CPFL Night Run, corrida que homenageava a referida empresa pela passagem de seu centésimo aniversário. Como se trata de uma empresa que fornece energia elétrica nada mais original que uma corrida noturna.
Chegamos em Campinas por volta de 16h, pois a entrega  do kit além de ser em local diferente era em um horário estranho, só até às 17 horas, de uma prova que seria às 20... Vai entender.
Kit retirado, fomos ao local da prova, ao chegarmos já observamos que a altimetria não era nada confortável, mas isso eu falo mais adiante. Compramos alguns alimentos beeeeeeeeeeeeeeeem ricos em carboidratos e fizemos um lanchinho por ali mesmo. Para nossa “felicidade” começou garoar, muito antes do previsto, já que a previsão era de chuva durante a prova, o que não mudou absolutamente em nada nossa empolgação.
Por volta das 19h fomos ao local da prova, havia uma banda agitando a galera, bem como malabaristas, palhaços e uma dupla de mulheres sem graça sobre umas pernas de pau (que coisa bem chata). Por conta de alguns “problemas” a galera da CET retardou um pouco o início da prova, mais ou menos uns 15 minutos.
Tudo certo e a largada foi dada, rumamos de cara para uma descida, “coisa pouca”, mais ou menos uns 2 km, bem sabia que isso na volta cobraria bem alto, mas deixei para sofrer na hora certa. Eu já quebrei a barreira doa 50 minutos nos 10 km, e já fiz tantas provas nessa distância que não havia, de fato, nenhuma novidade em tudo que estava acontecendo ali. Por essa e também outras razões eu fui para essa prova simplesmente para conduzir meu sobrinho no percurso, independente do tempo.
Pouco adiante apareceu a primeira novidade, após o quilômetro 6 desabou A CHUVA, não era uma chuvinha não, era uma chuva bruta, “meiguinoranti, sabi?”.
Nessa altura o Wesley me chamou a atenção por estar se sentindo bem, por isso queria acelerar um pouco a cadência. ”Macaco véio” em prova de 10km o adverti dizendo que era para ele guardar esse gás para o final. Assim que as descidas terminaram havia a opção dos 5 ou 10km, perguntei para  o Wesley se ele queria abortar a ideia dos 10. Ele até se balançou em permanecer na zona de conforto, mas senti orgulho dele quando o mesmo optou pelos 10. Que honra! Mas a partir dali, era necessário correr com a cabeça.
Entramos na parte mais crítica da prova, ele já havia feito 7, mas nunca 10 km, isso pesou bastante no psicológico. Tivemos que contornar todo o Parque Taquaral – que não acabava nunca, nunca mesmo, confesso que a corrida se tornou entediante, chata e cansativa. Não havia quase ninguém, contando com a gente cinco ou seis pessoas. Para completar a chuva apertou, e começou a cair bem forte, como citei anteriormente. Muita chuva, a rua quase deserta e o prque que não terminava nunca, algumas retas bem cumpridas curvas e nada do tal Parque terminar, quando este terminou, fizemos uma longa curva aberta e veio, por fim, a pior parte: teríamos que subir os dois quilômetros de morro até o final da prova.
É ai que o filho chora e a mãe não vê. A coisa pegou e pegou forte, como “condutor” pensei diversas vezes que ele desistiria, e me surpreendi muito, pois, apesar de tudo ele não desistiu. Como citei anteriormente a subida cobra um preço alto do corredor inexperiente, e assim o fez. As vezes eu achava que ele havia “saído de si”, ou mesmo que estava em outra dimensão, o cara focou na prova, as vezes fechava os olhos, mas não parava. Andou em alguns trechos, correu em outros, as vezes soltava uns gemidos de dor, rangia os dentes, mas não parou.
A subida terminou, sabíamos, embora parecesse, que ela jamais terminaria. Não demorou muito enxergamos a placa dos 500 metros. Em um desses sites que vendem as fotos dos atletas tiradas durante a prova havia uma foto em sequencia mostrando a gente passando pela placa dos 9km e foi realmente emocionante ver como foram suados esses 10 km, inclusive em uma delas aparece eu com a mão no ombro dele, dando aquela força. Ora ou outra eu dava uns gritos de incentivo com ele. “Vamos, faltam só 500 metros... Vamos faltam só 400... Vamos faltam apenas 300”. Na hora que apareceu a fachada luminosa escrita CPFL debaixo de uma chuva “bruta” foi um momento emocionante, junto com a fachada surgiu a placa indicando que faltavam apenas 50 metros, sabe-se lá de onde ele tirou gás para um Sprint e ainda terminou na minha frente.
A chuva não dava trégua, parece que era pra lavar a alma mesmo. Sentamos no chão para a retirada do chip, quer dizer, eu sentei, ele “desmaiou”, ficou um bom tempo para ter coragem, ou sei lá, de repente ele não havia entendido ainda que a meta havia sido cumprida.
Como já é de tradição eu coloquei minha medalha nele e ele deu a sua pra mim. Dei um abração nele e por fim, estava tudo bem. No caminho da volta ele ficou contabilizando as bolhas gigantes, algumas em carne viva, bom sinal, sinal de que a coisa está acontecendo. No pain, no gain. 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Treino "Coisa da Boa"


Nada contra esses badalados treinos, dessas famosas marcas esportivas, ao contrário, até acho legal, pois promovem o esporte e incentivam cada vez mais as pessoas a aderirem à prática esportiva e abandonarem de vez o sedentarismo. Mas não é o tipo de treino que me seduz, não é o tipo de coisa que me chama a atenção. Não sou definitivamente o público alvo dessa modinha.
“Coisa da boa” mesmo eu fiz hoje. Aproveitei o feriado e fiz um treino diferente dos que já havia realizado. Percorri os 11 quilômetros da rodovia Ary Jorge Zeitune, na região da Capelinha, Próximo à estrada que liga Guarulhos a Nazaré Paulista.
A ideia surgiu em conjunto com meu sobrinho-corredor Wesley, que por motivos de falta de um despertador que preste não foi ao treino, ficou me devendo essa. A intenção era fazer um treino fora do perímetro urbano, longe de tudo, longe da poluição, longe das buzinas e, principalmente, longe dos mesmos percursos já batidos.
Acordei por volta das 5h, me arrumei e fui sentido a Nazaré, cheguei e fui recepcionado por um simpático cachorrinho que estranhou muito minha presença, talvez pelo horário, pois estacionei em frente a um restaurante, que naquela hora estava fechado. Me aprontei, encarei a estrada e fui.

Foram muitas as novidades, o piso diferenciado dos que já estou acostumado, a estrada praticamente deserta, com exceção de um ou outro caminhão que passava esporadicamente indo ou vindo da cervejaria que fica na região, alguns moradores locais, que também estranharam minha presença ali, porém aprovaram a ideia me dando bom dia.
O cheiro de eucalipto, de mato, de relva e a serração que saia de alguns cumes davam bom dia ao sol que vinha discreto, todavia já se impunha e também me recepcionaram muito bem. Foi uma das melhores sensações que já senti, foi um dos melhores treinos que já fiz, sem dúvidas. Em alguns trechos o único som que se ouvia (fiz questão de correr sem o MP3) era o das minhas passadas mesclado com alguns pássaros que cantarolavam felizes.



Ao me aproximar da cervejaria, que marcava exatamente metade do percurso senti uma pontinha de inveja de alguns caminhoneiros gaúchos que mateavam seu chimarrão em uma roda de amigos bem animada, todavia discreta, provavelmente proseavam algum causo de viagem por esse “mundão véio sem”. Foi uma invejinha da simplicidade daquele momento.
Não é exatamente um treino de rodagem, isso se faz em locais conhecidos e principalmente com uma altimetria favorável, esse treino é bom para fortalecer as pernas, pois haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaja subida e descida.




Terminei o treino de 11 km em 00:59:15. Tudo bem que esse post foi meio poético, sei lá, romântico, mas é o meu momento. Correr por si só já é um mergulho dentro de si, é um momento em que se aprende, a corrida libera muito mais que suor, mas correr em meio à natureza me fez aprofundar ainda mais, acho que mexeu um pouco com o meu gauchismo, foi muito bom correr lá, volto muito em breve. Fica a dica.






quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Projeto MaratonaSP 2013 #1


           

               Esse post é muito especial, pois marca oficialmente o lançamento do meu Projeto Maratona de São Paulo 2013. Aqui contarei um pouco sobre essa escalada rumo a linha de chegada dos 42.195 metros da maratona paulista. Será uma espécie de ”diário de bordo” nos próximos seis meses, onde dividirei com vocês toda a trajetória de treinos, dietas, dores, contratempos, planilha, preguiça, superação e tudo que pode conter dentro dessa empreitada monumental que é completar pela primeira vez uma maratona.
            De início quero dizer sobre a importância do preparo físico para atingir essa meta, mais que isso, é muito importante estar com o corpo bem preparado, pois se eleva o corpo à exaustão quase sempre e o coração deve ser bem preparado. Assim sendo há pouco mais de três meses passei com o cardiologista para saber qual era a situação da “minha maquininha”, e ele está ótimo, a todo vapor, mais saudável é impossível. Todavia, só por precaução, refiz todos os exames, incluindo o ergômetro e hemograma completo, este último, diga-se de passagem, mostrou que o meu nível de colesterol ruim está bem abaixo do limite estipulado pela OMS, que ótima notícia, além disso, os demais indicadores também estão dentro do esperado. Saúde perfeita! De qualquer modo, tentarei repetir os exames quando a maratona estiver próxima, só para o cardiologista me liberar de vez.
            Ainda falando da parte física o meu joelho, recém lesionado, ainda dá alguns sinais de que não está 100%, não tem doído, mas as vezes ele fica um pouco fadigado, mais do que o comum, é como se ficasse um pouco dolorido, mas não aquela dor aguda de outrora, de qualquer modo na segunda, dia 19 de novembro tenho retorno marcado com o Dr. Gerson, e vamos ver o que ele vai falar sobre minha ressonância.
            Agora falando da “outra” parte física, os treinamentos já começaram, já realizei dois longões no último mês, sendo o último de 21 km com o tempo de 2h20, tentarei até o fim desse ano chegar próximo da marca dos 30 km. Os treinos de tiro, fartlek, ritmado e de subidas para ganhar resistência, o que não é pouco.
            Estou com aproximadamente 80 kg, isso por conta da musculação, aliás eu fui advertido que isso aconteceria, minha meta é chegar ao dia da maratona (28 de abril) com 75 kg. Falando em musculação, treino às terças e quintas, metodicamente já visando tonificar minha musculatura para não ter nenhum problema no grande dia.
            Para terminar faço votos para que meu grande amigo Alcides se livre logo de uma lesão no menisco, pois a idéia de completar a maratona foi tomada em conjunto, fizemos um pacto para treinarmos juntos para um dar forças ao outro naquela hora que sempre bate um desânimo. Os últimos treinos eu fiz sozinho, e senti a falta dos nossos papos intelectuais durante as passadas, onde discutimos história, geografia, política e economia, dessa forma a corrida fica bem mais tranqüila e legal. Espero de verdade que nosso pacto se concretize e que possamos completar juntos os 42-195 metros.
            Por enquanto é isso, a XIX MARATONA INTERNACIONAL DE SÃO PAULO pra mim já começou.


Dou por aberto, oficialmente, o Projeto Maratona de São Paulo 2013
             

domingo, 4 de novembro de 2012

Treininho e treinão


            Não é que eu não reconheça a importância e o sentido de sair de casa em um domingo de manhã para uma corrida, mas é que essa eu encarei mais como um “treinhinho” regenerativo. Tudo isso por conta da decisão de encarar os 42.195 em abril de 2013.
            Todos sabem como uma maratona exige do atleta antes e durante sua execução, todavia muito antes. Sabe-se que seis meses é o tempo mínimo de treinamento, principalmente para quem vai estrear na distancia.
            Por isso já estou intensificando os treinamentos longos, aqueles cujo o corpo vai ganhando resistência de mover-se sob efeito de tatos impactos por tanto tempo. Na sexta, dia 02 de novembro pulei da cama às 5h00 e percorri uma distância de 21 km, em mais ou menos 2h20 min.. Tempo que está muito acima da minha média na meia maratona, mas para todos os efeitos isso não tem nenhuma importância, exceto pelo detalhe que eu encaro “treino como jogo e jogo como guerra”.
            Por conta do TREINÃO na sexta, nesse domingo resolvi apenas “rodar” os 6 km do Circuito da Longevidade Bradesco, que ocorreu em uma manhã nublada, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. O percurso era constituído de alguns bons desafios que, se fosse a uma distância maior daria muito trabalho devido ao número e descidas e subidas do local. A prova que teve como organizador o próprio Bradesco mostrou que nem sempre é necessário terceirizar determinadas tarefas, apesar de ser uma instituição bancária não deixou a desejar, principalmente nos postos de hidratação, que em minha opinião foram até demais, sério, não precisava de tantos.
            Às 8h em ponto deu-se a largada, já em uma subida, eu fui acompanhando o Sensei, que mais uma vez proporcionou um bom papo, além do mais, por conta do número de amigos presentes no evento parecia mesmo uma grande festa de confraternização, se bem que isso é até redundante, pois, toda corrida é isso mesmo.
            Fechamos os 6 km em 40 minutos cravados, e a novidade ficou por conta de no final o percurso entrava nas instalações do Museu Paulista, erroneamente chamado de Museu do Ipiranga. Foi realmente emocionante correr pelos jardins do museu, valeu muito a pena.
            Esse foi o treininho, apenas 6 km, ao lado dos amigos, sem forçar, sem preocupar-se com o tempo, sem pensar em nada. Os treinões ficam por conta dos longões que realizarei até a maratona.
            Por conta de algumas obrigações terei que dar uma pausa em corridas oficiais, voltando a competir apenas daqui há um mês (que vai parecer um século) na Corrida Internacional Cidade de Guarulhos, que comemorarei meu aniversário, mas isso eu abordarei em breve aqui mesmo no blog. Agora é focar nas corridas não oficiais, nos treinos, longos ou curtos, intensos ou não, e como ouvi uma vez não me lembro de quem: “O único treino ruim é aquele que não aconteceu”.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Até mais, jajá eu volto!!!


            

Sempre que ganhamos uma nova oportunidade é necessário agarrar com unhas e dentes. Na corrida de rua ganhamos novas oportunidades sempre, e deve ser por isso que as pessoas se apegam tanto ao esporte. Particularmente eu fico um pouco ansioso quando tenho que de certa forma atingir uma meta, e essa prova do SESI foi um grande desafio.
            Antes de qualquer coisa gostaria de reiterar, mais uma vez, a excelência da organização da prova por parte do SESI, uma peã eu não ter conseguido fazer as outras duas do circuito, mas no ano que vem com certeza farei!
            O maior desafio desse dia ficava por parte do percurso, assunto esse que tratarei adiante. O Alcides retirou o kit na sexta, e chegamos ao local da prova por volta das 6h30min, lembrando que muita gente se atrasou porque não arrumou o despertador com o horário de verão.
            Esse percurso já era um velho conhecido, todavia os resultados não me agradaram muito. Já é a quarta vez que piso por essas bandas e almejava com certeza o sub-50.
            Dada a largada eu resolvi forçar logo no início, imprimi um ritmo muito forte desde os primeiros metros. Acho que fui traído pelo percurso, pois fiquei um pouco ansioso para terminar logo, e isso me atrapalhou um pouco. Para se ter uma base, passamos o primeiro quilometro com um pace de 4,5’.
            Na subida do Elevado o Alcides e eu nos separamos, pois além de eu ter imprimido um pace maior que o dele ele ainda se perdeu, entrou no caminho dos 5 km. Não creio que eu tenha exagerado na força, pois estava até bem, e isso não me fez falta no final, não consegui o sub-50 porque além do percurso ser encardido ainda não estou preparado para quebrar a barreira dos 50 minutos.
            O Elevado é realmente chatinho de correr, vai batendo um tédio lá por volta do quilometro 7. Daí por diante foi uma briga de adaga. Desci o Elevado e já no caminho de volta eu já sentia que não ia dar para manter o ritmo por muito tempo. Encontrei o Luis que me acompanhou até o final e pra falar a verdade me encorajou, pois eu já queria dar um tempinho, mas segui em frente. Ao me aproximar do Pacaembu eu enxerguei o pórtico de chegada e fiquei até otimista para minha meta, mas estava enganado, pois este era o pórtico de chegada dos 5km, o nosso era em frente a entrada do estádio. Na subida de volta eu amarelei e tive que diminuir o ritmo, não deu, deixa para a próxima.
            No final fechei em 00:50:21, foram 21 segundos que não havia mesmo como diminuir, não dessa vez. Mas o desafio está lançado, eu não vou baixar a cabeça para esse tal “Minhocão”, vou treinar mais, vou melhorar, vou fiar mais forte, e muito em breve volto lá para quebrar a barreira dos 50.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O Chatão. Quer dizer... Minhocão


            
Nesse domingo, dia 14 de outubro mais uma vez voltei ao Pacaembu para uma corrida, desta vez foi o Circuito Caixa de Corrida de Rua. O kit foi retirado pelo Sensei, que o fez na sexta, e dessa forma me garantiu uma certa tranqüilidade pois eu tinha um compromisso e teria que fazer um grande esforço para ir até lá. De qualquer modo devo ressaltar que essa corrida foi depois de um feriado prolongado na sexta, que por sua vez emendaria com a segunda, dia dos professores. Bah, mas que bela ocasião para enfiar o pé na jaca e não fazer mais nada da vida, não é mesmo¿ Não!
            Já estava empolgado porque no sábado à noite eu assisti o IRONMAN Havaí. Um dia, com certeza me tornarei um deles, em breve, muito em breve. O fato é que eu não descansei no feriado, ao contrário treinei os músculos, fiz uma rodagem regenerativa e me preparei psicologicamente para superar os 10 km do domingo.
            O percurso já é conhecido – e pra falara a verdade até chatão – mas ainda assim tem lá sua graça. Chegamos lá por volta das 6h50min e fomos logo abordados pelos desgraçados flanelinhas que vem nos roubar, colocando em prática uma ditadura ilegal, imoral, mas que as autoridades fingem que não existe, esse país não é realmente sério.  O diferencial dessa vez ficou por conta da largada e da chegada ser dentro o estádio do Pacaembu, isso realmente deu uma emoção a mais, foi muito legal, me senti um daqueles maratonistas olímpicos que entram triunfantes nos estádios e são ovacionados pelo público.
            Assim que deu a largada eu tentei tirar o pé do freio, na verdade não havia muita gente, o que fez com que desse para dar um ar mais competitivo para a prova. Por conta da temperatura, que estava por volta dos 18 graus eu nem fiz muita questão de pegar água nos postos de hidratação, e ao subir o Minhocão eu notei que não estava muito a fim, sei lá, não estava com a faca nos dentes como na Volta da Penha, quando fiz meu primeiro sub-50, decidi que abriria mão dessa façanha hoje. Ao consultar outros corredores sobre esse percurso a maioria me disse que acha muito estranho correr no minhocão, ainda bem, por que eu também acho e pelo visto não sou o único. Quando estava passando pela placa dos 6 km eu vi passando do outro lado os imortais da elite, inclusive o Marilson, que ficou em segundo lugar.
            Fui levando o pace bem tranqüilo, como disse anteriormente já havia largado o osso do sub-5º, mesmo assim não foi tão mal. Já voltando na Pacaembu eu vi que mesmo indo tranqüilo eu já tinha deixado muita gente pra trás, mas na subida da Charles Muller a coisa ficou séria, e eu senti bastante para subir a rampa de volta. Como havia comentado no início foi realmente muito emocionante adentrar as instalações do estádio e terminar a prova.
            Fiquei por ali esperando o Sensei e logo depois fomos assistir a cerimônia de premiação dos atletas vencedores. O queniano conseguiu fechar a prova em 29 minutos e 10 segundos. Por ser correntista da Caixa eu paguei apenas 50% do valor da inscrição, mas nem por isso deixarei d observar que a medalha, a camisa, e o kit pós-prova deixou muito a desejar.
            O próximo desafio será o Circuito SESI, que por sua vez também será no percurso “chatão” do Minhocão, mas acho que dessa vez eu vou para o sub-50.

domingo, 14 de outubro de 2012

As rapidinhas


Algumas coisas que precisavam ser ditas serão agora. Não é por nada, saca... Mas eu simplesmente acho que isso aqui é um blog, e não um diário cujo preciso ficar colocando tudo que acontece no meu dia. Ah sim, e o blog é meu e eu posto o que eu bem entender.
Por fim, após aquele “esquecível” 12 de maio, dia que eu senti meu joelho ruir as coisas mudaram. Depois da briga de adaga com meu convênio consegui realizar minha ressonância. Fiz fisioterapia e tive que aprender a gostar de algo que, assumo, eu tinha preconceito: musculação. Passei muitas horas, dias, semanas, meses brincando de guindaste – o que fazia com certa raiva, assumo – na academia, mas dei um verdadeiro upgrade na musculatura. Não vou mentir que senti um certo orgulho de perceber a mudança desde as roupas até as “curvas” que ganhei na silhueta, os braços aumentaram de tamanho.
Durante esse “molho” nos treinos de corrida eu fiz algumas provinhas para não ficar enferrujado, mas no dia 05 de setembro realizei minha grande volta. Foi um dia muito importante, foi o dia da “volta por cima”, dia de voltar aos treinos, renascer dessa lesão não foi fácil, como escrevi aqui mesmo cheguei a pensar que não voltaria, mais, mas voltei, e agora o céu é o limite. Ah sim, até os longões voltaram, fiz um dia 06 de outubro, quatro meses depois do último, com mochila de hidratação, gel e tudo mais.
E a última é que o Ironman 70.3 de 2014 já começou, está sendo planejado meticulosamente, financeiramente. Cada músculo de meu corpo será elevado a condição de aço. Aguardem...
Outra importante decisão que tomei é sobre minha primeira maratona, que realizar-se-á dia 28 de abril do ano vindouro, faltam seis meses, e os treinos já se iniciam logo após eu cruzar a linha de chegada da São Silvestre.
Olha, depois de tudo que passei e pensei com essa lesão que me colocou no estaleiro por tanto tempo essas rapidinhas que postei aqui não poderiam ser mais importantes e felizes.




domingo, 23 de setembro de 2012

Eu consegui o sub-50




Hoje foi um dia muito especial. Por muitos motivos hoje foi um dia muito especial. Um dos principais motivos é que hoje foi dia de corrida. Dia de levantar bem cedo, calçar o tênis e ir à rua dar o melhor de si. Mas o principal motivo de hoje é que por fim eu consegui fazer o tão esperado sub-50.
E por que ele veio?
Eu consegui o sub-50 porque treinei muito para isso. Consegui o sub-50 porque idealizei que conseguiria. Porque precisava provar pra mim mesmo que eu não estava ali sem um bom motivo.
Eu consegui o sub-50 porque me frustrei muitas vezes por não tê-lo conquistado, mas nunca deixei de ter isso em minha mente. Consegui o sub-50 porque li em algum lugar que era preciso muito mais que vontade para conseguir um tempo deste. Que só atletas bem treinados com muita experiência conseguem bater essa marca.
Eu consegui o sub-50 porque não desisti mesmo sendo obrigado a ficar mais de três meses sem treinar devido a uma lesão no joelho. Consegui porque treinei pesado na academia, com um futuro ainda incerto, alguns até me dizendo que era melhor eu fazer outro esporte. Consegui porque cada músculo que eu fortalecia nas cansativas séries adutoras, abdutoras, flexoras e extensoras eu pensava que um dia faria diferença.
Eu consegui o sub-50 porque levantei às 5h15min da manhã da madrugada mais fria de setembro do ano de 2012 para ir tentar. Consegui porque sempre tive o apoio da Viviane, esposa e torcedora fiel. Consegui porque a deixei em casa tomando conta do nosso guri, e sabia que se conseguisse ambos ficariam orgulhosos de mim. E quando cheguei foi isso que aconteceu, e ver o olhos dele me procurando ao entrar no quarto com um sorriso sem vergonha valeu muito a pena.
Consegui o sub-50, porque persisti, idealizei, busquei. Consegui porque há 15 dias estou indo trabalhar de bicicleta, pois me disseram que, entre outros benefícios, isso me ajudaria a ganhar mais condicionamento devido as alterações de picos, além, é claro, de fortalecer a panturrilha, o que eu sentiria a diferença na corrida.
A prova foi a 82ª Volta da Penha, uma das mais tradicionais corridas aqui da capital paulista. A organização do evento estava dentro do esperado, com postos de hidratação bem divididos, não deixando nada a desejar. A largada foi dentro do próprio clube e logo ganhamos às ruas do tradicional bairro da Penha. Logo no primeiro quilômetro encontramos uma subida desafiadora, mas como eu já cansei de relatar aqui: eu adoro subidas. Bem próximo ao bairro do Cangaíba tinha uma descida que me fez colocar o pé no freio, pois tenho medo, afinal de contas foi em uma descida como essa que meu pesadelo começou. Só que hoje não, hoje não era dia de revezes.
Logo depois foi só alegria, pois por volta do quilômetro três, pouco depois da descida, entramos em uma longa avenida – que vou ficar devendo o nome – que tinha uma extensa ciclovia por onde corremos sem nenhum problema. Foi nesse momento que eu percebi que já imprimia um ritmo bem forte, quer dizer, acima do que estou acostumado. Senti que minha musculatura estava bem preparada, agradeci todas as horas de musculação, todas as intermináveis séries de exercícios, hoje os músculos foram exigidos, e responderam à altura. Não foi fácil prepará-los, mas hoje eles estavam prontos.
Saímos da ciclovia e rumamos no sentido da Marginal, quando passei pela placa dos 8 quilômetros senti um cansaço bem típico de fim de prova, mas ainda dava. E segui, procurei não diminuir a cadência, pois é sempre nessa fase que escaparam todos ou outros sub’s que me deixaram frustrado. Como citei há pouco, a musculatura hoje estava afinada, orquestrada, benditas sejam todas as horas que passei na academia, benditas sejam os treinos de tiro no Bosque Maia, benditas sejam as voltas fortes com subida que o Professor Alexandre nos passa às segundas. Não diminui, e após a placa que indicava o nono quilômetro fui tomado por uma euforia que senti medo de ser traiçoeira, mas não era, apesar de não ter noção do tempo sabia que era muito bom.
Ao regressar ao Clube fui recepcionado pelos porteiros que muito simpáticos acenavam para os corredores. Ao olhar para o cronômetro vibrei, pois marcava 00:50:13, fiz um breve cálculo descontando o tempo que demorei para passar pelo tapete e percebi que hoje não teria frustração. Abri um enorme sorriso e ainda tive energia para dar um Sprint e soltar a voz ao passar pelo tapete. Haviam poucos rostos conhecidos por ali. Esperava que o amigo-corredor Eduardo Acácio estivesse por lá, mas infelizmente ele está no estaleiro, queria dividir essa glória com ele, uma vez que seu blog http://porqueeucorro.blogspot.com.br/  foi meu manual de intruções na corrida de rua. Valeu Eduardo, força.
Pode parecer bem pouco para alguns, mas pra mim foi um resultado muito significativo. Passei por uma tempestade com minha lesão há pouco tempo e hoje consegui perceber que não desistir já é uma atitude vencedora. Existem muitas outras metas a serem alcançadas. Tenho muitas cartas na manga, muita munição para gastar. Pretendo completar minha primeira maratona em junho de 2013. Em breve quero escrever aqui o relato do meu primeiro IRONMAN e outras tantas aventuras que me seduzem. Mas o sub-50 era uma de minhas metas, e eu a alcancei.