Desde que era gurizinho ranhento me acostumei a ver as principais ruas e avenidas de São Paulo intransitáveis com gente estressada, apressada e um vai-e-vem tão maluco quanto necessário no coração pulsante dessa metrópole tão grande e especial. No último dia 25 de janeiro foi tudo tão diferente... Por volta das 07:00 já estava no local do evento para sentir mais uma vez a emoção e a alegria me contagiar. Corredores, espectadores, curiosos formavam uma espécie de comunidade mística que é ímpar nesses eventos de corridas de rua. É realmente contagiante o clima antes da largada.
Por falar em antes da largada, acabei encontrando o amigo-corredor Eduardo Acacio do blog http://porqueeucorro.blogspot.com/, que me deu pessoalmente os bons conselhos que eu já havia lido em seu blog. Essa é uma máxima das corridas de rua, fazer amizades. Valeu Eduardo, e pode deixar que ainda vou relatar aqui nesse blog a conquista de minha primeira maratona.
Pra variar estava tenso antes do início – bem menos que em outras ocasiões – mas logo passou, deixei um pouco de lado o clima do ambiente e passei a me concentrar mais. Liguei o mp4 BEM ALTO e ao som do bom e velho Black Sabbath comecei a corrida.
Cada corrida tem suas peculiaridades, cada percurso tem seus pontos marcantes, e como citei no início desse texto correr pelas artérias dessa cidade que eu vejo sempre lotadas de carros enfileirados, congestionada e num ritmo doido foi sem igual. Muito emocionante, místico, mágico, não consigo definir, não há como definir, se quer saber como é esteja lá no meio no dia 25 de janeiro de 2013 e tire suas próprias conclusões. Mas é “FODÁSTICO”!
Minha irmã Alessandra foi a tiete da vez e estava me aguardando na linha de chegada para registrar mais esse click e juntamente com o Thiago – futuro corredor e judoca – pôde conferir como é bom e agradável estar no meio da galera.
Mantive um bom ritmo e nem esperava que fosse me surpreender com meu tempo. Quebrei meu record, baixei de 00:57:47 da última corrida para 00:57:15, e apesar de ter baixado o tempo ainda terminei com a sensação de que poderia ter ido melhor, pois terminei muito bem fisicamente, com muita energia que poderia ter sido gasta durante a prova, mas como eu não conhecia o percurso preferi guardar o gás para algumas eventuais surpresas que por ventura pudessem aparecer. Precaução nunca é demais, terminei bem a prova.
Em alguns momentos o tempo parecia estar parado, em especial, fiquei emocionado ao passar pelo Monumento às Bandeiras, como historiador que sou e por saber a importância que este monumento tem para o estereótipo dessa cidade e para o imaginário coletivo paulista, me senti honrado por estar ali, por perceber que por um minuto a cidade que nunca para parou para receber outro tipo de corrida: a de rua. Os índios, mamelucos, negros e bandeirantes que no monumento representam todas as etnias puxando o Brasil adiante pareciam me dizer: ”avante corredor, falta pouco, não desista, vá em frente!”. Foi um momento único, emocionante.
Então foi essa a impressão que tive em correr mais essa prova, foi uma das melhores até agora, me marcou bastante. A organização foi muito boa, não tenho realmente nada para reclamar, os postos de hidratação estavam nos locais onde deveriam estar. Inclusive no quilometro sete havia um posto de isotônico, o que pra mim foi uma novidade. Gostei. Ah, pra não passar em branco nas reclamações vou citar apenas a falta de lixeiras e de educação de algumas pessoas que não se cansam de “emporcalhar” os locais dos eventos.
O próximo desafio será o Circuito do Sol, no dia 12/02/2012.
Professor Ademir continua sendo gremista fanático – apesar de tudo. Foi um Ironman no XV Troféu Cidade de São Paulo, ficou extremamente emocionado em correr nessa cidade por ele injustiçada, fez mais um amigo-corredor, quebrou seu record superando seus próprios limites e sentiu falta de sua princesa que não pôde estar presente por motivos de trabalho, mas que esteve todos os dez mil metros correndo junto com ele.