sábado, 29 de dezembro de 2012

Aquecimento


Embora tenha a ver como o assunto, não colocarei como parte integrante dos posts do Projeto Maratona de São Paulo 2013. Também não faço isso porque o texto não é meu, mas vale muito a pena dar uma lida. Já serve como estímulo e aquecimento para os 42.195.





"Cruzar a linha de chegada de uma maratona pela primeira vez é um momento com consequências para toda a vida. Ao fazê-lo, prova-se algo para si mesmo
que jamais será tirado. Deixa o evento com sinais evidentes de que se é forte, jovial e corajoso. Uma coisa é imaginar que se tinha capacidade para correr uma maratona; outra bem diferente é saber por que o fez.

As primeiras maratonas são imensamente desafiadoras, até mesmo para os corredores mais talentosos. Quarenta e dois quilômetros são um longo caminho a percorrer, para qualquer pessoa. A partir do momento em que se é capaz de assumir e superar um desafio de tais proporções, os benefícios são certos - na forma de confiança, respeito próprio e coragem, e nunca desaparecem.

Mesmo que o processo de treinamento para uma maratona não seja extremamente estimulante para a saúde, ainda assim sugeriria a todos que corressem pelo menos uma maratona, apenas pelos efeitos poderosos que provoca na mente e no espírito. Afinal, não passamos a maior parte da vida duvidando de nós mesmos, pensando que não somos bons o suficiente, não somos fortes o suficiente, não fazemos o certo? A maratona proporciona a oportunidade de encarar essas dúvidas, Ela tem uma forma de analisar o contexto da nossa própria essência, eliminando todas as barreiras protetoras e expondo nossa alma. A maratona diz que o prejudicará, que você ficará desmoralizado e derrotado como um amontoado inerte ao lado da estrada. Ela diz que não pode ser feita – não por você. Ah!, ela zomba de você. Somente nos seus sonhos.

Então, você treina pesado; dedica-se de todo o coração; sacrifica-se e supera os inúmeros pequenos desafios ao longo do caminho. Deposita tudo que conseguiu nela. Mas sabe que a maratona exigirá muito mais de você. Nas profundezas escuras da mente uma voz pessimista está dizendo: Você não consegue. Você se esforça ao máximo para ignorar essa insegurança, mas a voz não o abandona.

Na manhã da primeira maratona, a voz da dúvida se multiplica, tornando-se um coro completo. Na altura do quilômetro 30, esse coro está gritando tão alto que é só o que você consegue escutar. Os músculos doloridos e esgotados imploram que você pare. Você deve parar. Mas você não para. Dessa vez ignora a voz da dúvida; ignora aquele que diz que você não é bom o suficiente, e só ouve a paixão no seu coração. Esse desejo ardente diz para continuar, para colocar um pé audaciosamente à frente do outro, e em algum lugar você encontra a força de vontade para fazê-lo.

A coragem surge de diversas formas. Hoje você descobre a coragem para continuar tentando, par anão desistir, por mais terríveis que as coisas se tornem. E elas se tornarão terríveis. Na marca do quilômetro 40, você quase não conseguirá ver mais o percurso, a visão se torna vaga e vacilante ao mesmo tempo em que a mente oscila nos limites da consciência.

E então, repentinamente, a linha de chegada floresce à sua frente, como um sonho. Um nó se forma na garganta durante o percurso daqueles poucos passos finais. Agora, você finalmente consegue responder à irritante voz com um inequívoco.

Sim, eu posso!

Sua explosão ao cruzar a linha de chegada, cheio de orgulho, para sempre livre da prisão da insegurança e das limitações autoimpostas que o mantiveram prisioneiro. Você aprendeu mais sobre si mesmo nos últimos 42 quilômetros do que em qualquer outro dia de sua vida. Mesmo que não consiga andar mais tarde, você nunca foi tão livre. Completar uma maratona é mais do que apenas algo que se ganha; um maratonista é alguém em quem você se transforma.

Enquanto estiver sendo ajudado na linha de chegada, mal conseguindo levantar a cabeça, você está em paz. Nenhuma luta, dúvida ou fracassos futuros podem remover o que você realizou hoje. Você fez o que poucos farão - o que pensou jamais conseguir fazer, e é o despertar mais glorioso e inesquecível. Você é um maratonista e usará essa distinção não na lapela, mas no coração, para o resto da vida"

50 Maratonas em 50 Dias, de Dean Karnazes


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A Segunda Temporada


A minha segunda temporada de corridas de rua está mais técnica e muito menos imediatista que a primeira. Também, depois de cometer alguns erros, ou melhor, de cair em algumas armadilhas tem provas que eu não quero nem lembrar que existem, como por exemplo, a tal Corrida do Trabalhador, lá na Zona Leste, outras que deixaram saudades como a Tribuna, Gonzaguinha, Corrida de Aleluia e as do Circuito SESI.

A parte técnica é devido à Maratona que pretendo realizar em Abril, será não só o maior desafio do ano, mas de toda minha vida, por se tratar da primeira maratona. Por conta dos treinos que se estenderão até o fim de abril eu escolhi só as melhores provas, ou no caso as que servirão de treinamento para a grande meta.

Claro que algumas outras provas surgirão ao longo do caminho, tracei esse calendário com as provas que já estão com datas marcadas, ainda assim essas 23 corridas com certeza não estarão sozinhas no fim da temporada. Tem o Circuito Superação em São José dos Campos, tem também as corridas do Circuito Popular e outras que vão se encaixar no calendário. E por falar nisso, não caio mais nessas provas tops, midiáticas e absurdamente caras.


1.     13 /01 /2013 – 36° Corrida de Reis – 10 KM
2.     16/02/2013 – Volta Pedestre Cidade de Itu – 10 KM
3.     10/03/2013 – Correr e Caminhar - Mercedes-Benz – 10 KM
4.     17/03/2013 – Meia Maratona de São Paulo  – 21 KM
5.     24/03/2013 – 15 km de Barueri – 15 KM
6.     14/04/2013 – Meia Maratona Corpore – 21 KM
7.     27/04/2013 – Corrida Vertical – 554 Degraus
8.     28/04/2013 – Circuito SESI – 10 KM
9.     01/05/2013 – Corrida do Trabalhador – 08 KM
10.  05/052013 – Eco Duathlon 1° Etapa – 5-20-2,5 KM
11.  19/05/2013 – 28° Tribuna FM – 10 KM
12.  30/05/2013 – Corrida da Amizade Nippon – 05 KM
13.  16/06/2013 – Maratona Internacional de Porto Alegre – 42 KM
14.  23/06/2013 – Meia Maratona Ecológica – 21 KM
15.  09/07/2013 – Circuito Popular – Autódromo – 8,5 KM
16.  11/08/2013 – Circuito Popular Itaquera – 05 KM
17.  18/08/2013 – Circuito SESI – 10 KM
18.  25/08/2013 – Juventus Viva Mooca – 10 KM
19.  01/09/2013 – Eco Duathlon 2° Etapa – 5-20-2,5 KM
20.  21/09/2013 – Corrida 24 Horas na Pista – 15 KM
21.  06/10/2013 – Maratona Internacional de São Paulo – 42 KM
22.  13/10/2013 – Circuito Longevidade Bradesco – 10 KM
23.  27/10/2013 – Circuito Nacional de Corrida do Carteiro 2013 – 10 KM
24.  10/11/2013 – Corrida Internacional Shopping – 05 KM
25.  24/11/2012 – Corrida Caminho da Paz – 07 km
26.  08/12/2013 – Corrida Internacional Cidade de Guarulhos – 05 KM
27.  15/12/2013 – Aquathlon Solidário – 500m/Natação 3 km corrida
28.  31/12/2013 – 89° São Silvestre – 15 KM


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012




Essa prova foi uma daquelas que a gente resolve participar aos 48 do segundo tempo. Um dia desses sem querer e sem muita pretensão entrei no site e resolvi fazer minha inscrição.
Pois se soubesse a teria feito antes, trata-se de um aprova fantástica com um percurso muito agradável. Na retirada dos kits no sábado pude observar a estrutura do complexo esportivo da Escola de Educação Física da Polícia Militar, simplesmente maravilhosa, com ênfase na maioria dos esportes, além de uma quadra poliesportiva ampla e bem demarcada.
Chegamos (Alcides e eu) lá por volta de 6h30 do domingo, estacionamos próximo a Cruzeiro do Sul e ficamos aguardando a largada, enquanto isso entregamos o kit do grande amigo Carlos e encontramos um velho conhecido do Alcides que nos contou um pouco sobre suas aventuras como piloto de Moto Cross.
A largada foi pontualmente às 7h45min, como combinado e pelo excesso de pessoas na largada não deu para imprimir um bom ritmo no início, por isso passei o primeiro km na marca dos 6min, tempo que foi diminuindo bastante com o desenrolar da prova, quando estava no sétimo km já estava passando com 5,50.
No quilômetro 8 passei a ir sozinho, logo após a volta no Campo de Marte, o percurso era realmente muito bom, pegando alguns trechos da Marginal Tietê, o que de fato causou um desconforto á alguns motoristas, que de vez em quando até eram simpático à nos (pelo menos dessa vez ninguém jogou o carro contra os corredores). Falando nisso, quero ressaltar a participação da PM no evento, na maioria do percurso haviam Policiais espalhados, fardados ou utilizando seu uniforme de Educação Física, mas estavam lá prestigiando essa que se tratava de uma “festa da corporação”, pelo menos foi o que entendi.
Na volta houve um princípio de tumulto nos arredores da quadra da Escola de Samba Gaviões da Fiel, pois alguns torcedores queriam atravessar para assistir ao jogo da final do Mundial. Até entendo, pois estavam eufóricos com o time e não esperavam corredores “atravancando seu caminho”, nada muito sério, a coisa terminou bem.
Como citei acima o percurso é muito bom, em sua maioria plano e sem muitas curvas, o que possibilitou um bom pace e não tornou a prova maçante. Por volta do quilômetro 12 acessamos a Marginal outra vez, só que agora no sentido Ayrton Senna. Confesso que não consegui segurar meu pace até o final, estava um pouco mais forte do que tenho o hábito, principalmente por se tratar de um prova de média distância. No último quilômetro eu “apanhei” um pouco para seguir em frente.
Minha meta, na verdade, era bater minha própria marca na distância, em março eu participei dos 15 km da cidade de Barueri com o tempo de 01:22:24, e tinha isso na mente, tarefa não muito simples, pois se bem me lembro nessa data eu estava treinando para minha primeiro Meia, e estava no auge da forma física (antes da lesão). Mas ao entrar na pista de atletismo eu vi a marca de 01:22:00, o que significava que de qualquer maneira a marca havia sido batida. Ao obter o resultado fiquei ainda mais satisfeito 01:21:16. MARCA BATIDA, que venham outras.
O próximo desafio oficial é a mística São Silvestre, com a chegada na Paulista. Corrida que encerra de vez esse calendário de 2012, calendário esse que vai render uma postagem em breve, onde abordarei esse ano cheio de altos e baixos.

Projeto MaratonaSP 2013 #2




Dessa vez aproveito para abordar a questão física. Como citei anteriormente, estava com uma consulta marcada com o ortopedista. Bom os resultados possuem polos positivos e negativos.
Do ponto de vista prático minha lesão já está curada, ou pelo menos não há mais o risco de aumentar, uma vez que se trata de um desgaste crônico, havendo nesse caso, a possibilidade de estabilizar com um bom fortalecimento muscular. O polo negativo se trata de uma tendinite nos dois joelhos, resultantes da outra lesão anterior, mas até ai não há muito que fazer. Alongamentos intermináveis, gelo algumas vezes ao dia (que jamais da tempo), Salompas e alguns remedinhos.
A questão é que as chances de desaparecer são remotas, e ainda que isso ocorra ela volta um dia. De forma ainda mais clara eu terei que suportar essa dor nos treinos e nas provas. É sim, uma dor suportável, que bate um pouco nos primeiros 10 km e depois desaparece, mas nada que se precise diminuir o pace ou os treinos. Terei de me adaptar à ela, principalmente nos 42.195 metros do dia 28 de abril.
Em relação aos treinos estou utilizando uma técnica bem simples para não enjoar (me lembro bem de uma guria que desistiu de treinar para a maratona porque os treinos longos eram sempre no mesmo lugar), fico traçando mapas no MapMyRun baseando-me na rua ao entorno de casa, em Guarulhos, já saíram percursos de 10, 15, 21, 28 e até de 36 km, que tentarei vencer até meados de março. É preciso muita criatividade mesmo, pois já estou me preocupando com essa maratona, vencer os 42.195 não é uma tarefa para mortais.
Até a próxima...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Um ano depois...


         

   Um ano depois...

            As coisas mudaram, e como mudaram. Um ano depois eu votei ao lugar que passo diariamente sem nenhuma pretensão e o gostinho não poderia ter sido melhor.
            Há exato um ano eu fazia minha estréia em provas oficiais nessa mesma corrida com um tempo bem modesto de 01:12:33. E terminei aquela prova (http://ironmangfbpa.blogspot.com.br/2011/12/o-inimigo-oculto.html) com uma sensação única, que nunca antes havia experimentado.
            Foi empolgante, quer dizer, mais emocionante do que empolgante, pois muitas alegrias, provas e tempos vieram depois desse. E como o tempo passou...
            Um ano depois eu estava com um lastro gigante de amigos que fiz durante esse período. Um ano depois eu estava na companhia da minha irmã e de meu sobrinho, correr em família é tudo de bom. Um ano depois eu já tenho mais de 30 provas no currículo, muitas viagens, muitas medalhas, quilos a menos, meia maratona, um sub-50 nos 10 km, longões no “cardápio”, mochila de hidratação, já descobri qual é minha pisada e estou treinando para minha primeira maratona. É... O tempo passou e aquele curioso, transformou-se em um atleta. Sim, sou atleta, pois acreditei que seria.



            Com pinta de velho conhecido e com uma familiaridade impressionante, bem a vontade mesmo eu participei dessa corrida. É no “meu quintal” que ela acontece. Retirei o kit no sábado logo no início, por volta das 9h. Encontrei alguns amigos, inclusive o Corredor Corretor. No domingo cheguei lá no Bosque por volta das 7h me encontrei com  galera, que foi chegando aos poucos e quando reuni minha irmã e meu sobrinho rumamos para o bloco de largada.
            A largada aconteceu meio bagunçada, sei lá, sou contra esse troço de largar um pouquinho de cada vez. Imprimi um bom ritmo, e no caminho foi impossível não fazer as devida comparações, era importante estar ali. Em cada trecho que passava eu tentava buscar na cabeça como tinha sido no ano passado, inclusive a temida subida, que esse ano eu nem tomei conhecimento e até apertei o passo para passar um montão de gente.

            O fato é que essa foi uma corrida especial, que nem me deixou chateado por não conseguir outro sub-50 por conta de 40 segundos. No final encontrei minha irmã e meu sobrinho Wesley, que me lembrou do ritual da troca de medalhas, que o fizemos.
            Dei um abração na minha irmã que conseguiu realizar sua estréia mesmo sem ter dormido bem – o que acontece com quase todos os iniciantes em véspera de estréia – e tiramos algumas fotos. Parabéns Déinha!
            Bem diferente do ano passado esse ano ainda tem muitos desafios pela frente, a hora de entrar de férias do trabalho é a hora de começar outro tipo de trabalho: o de treinos. Ainda tenho a Sargento Gonzaguinha no próximo domingo e a São Silvestre, com chegada na Paulista. Além disso tenho a meta de atingir os 30km ainda esse ano, é só alentar que a coisa acontece.

            Um ano depois tudo mudou... Para melhor.