domingo, 13 de janeiro de 2013

Corrida nova, erros velhos!!!




Como diria o “poeta” Dadinho (ou seria Zé Pequeno?): “Tem gente que aprende na primeira, tem gente que aprende na segunda e tem gente que não aprende nunca”... Quando eu cheguei a São Caetano hoje, já sabia perfeitamente o que me esperava, pois o percurso seria o mesmo do Circuito SESI, aquele com duas subidas seguidas bem no final da prova. Ah sim, diga-se de passagem, ainda acordei uma hora atrasado, o que me fez correr (de carro) antes da corrida.
Mesmo sabendo de tudo que me esperava ainda consegui cometer erros primários, pra começar na escolha da roupa, pois ao sair de casa dava para notar que não estava tão frio, o que descartaria a calça térmica que eu havia escolhido para a corrida, no meu kit pessoal pós-prova tinha outra bermuda, mas não, mantive a calça térmica, por bom senso acabei optando pela camisa da corrida.
O próximo erro foi ainda mais primário, resolvi ficar bem na frente, próximo a elite, e por consequência, veio o pior de todos os erros, esse mais primário que os outros, sai muito forte, para se ter uma ideia passei o primeiro quilômetro com 4.20’. Vish!!!
Todo corredor sabe que erros como esses custam muito caro, e a pista realmente debitou. Ao chegar no quinto quilômetro já não conseguia manter o pace. Junte a isso o calor tremendo que nos pegou com largada às 9h da manhã, ao passar pelo quilômetro 7 chegou o momento de encarar as subidas, não resisti e dei uma caminhada, uns 200 metros, até que o Léo do blog Pisando por ai  (http://pisandoporai.blogspot.com.br/) passou por mim e me deu um alô. Resolvi voltar a correr, dessa vez fui bem. Aliás essa foi uma dica de dois IRONMAN’S, e ultramaratonistas, sempre é bom dar uma caminhada, o corpo de certa forma “se encaixa” novamente. Mas nessa altura do campeonato o “estrago” já estava feito, SUB-50 nem pensar. De qualquer modo baixei meu tempo no percurso em quase dois minutos.
É bem provável que a próxima vez que eu volte lá não cometa esses erros, provavelmente cometerei outros...

sábado, 12 de janeiro de 2013

Projeto MaratonaSP 2013 #3



Por fim os treinos da Maratona começaram. Estou seguindo uma planilha de 16 semanas. Minha intenção era dar início logo nos primeiros dias de janeiro, mas se assim fosse não daria a contagem exata das semanas.
Essa primeira parte já é bem puxado, nada além do que já estou acostumado, mas pra falar a verdade a conjuntura da obra tem surtido alguns efeitos. Primeiro por conta do calor, que está pegando, depois por conta da irregularidade do sono nas férias. Não adianta, em tempos de férias não temos hora certa para dormir, comer e outras coisas, dessa forma leva um tempo para adaptar-se.
Com relação a planilha, eu tive que me virar sozinho, não vou acentuar essa crítica às pessoas que mereciam, não aqui, mas vou bater em todas elas mostrando resultados. De fato, a maioria das pessoas que se comprometeram simplesmente não deram as caras na hora do vamos ver...
Montei sozinho uma planilha de 16 semanas contanto com treinos de fartlek e treinos de tiros intercalados a cada semana, dessa forma a semana que tem fartlek não tem tiro, pois são treinos de exigência de explosão. Também conta com dois dias de descanso (descanso também é treino) e dois dias de musculação, que claro, é imprescindível. Além disso, todas as semanas contam com treinos ritmados, distâncias intercaladas, e claro, os deliciosos longões nos finais de semana, contando com distâncias igual ou superior a 30 quilômetros uma vez por mês. Devo ressaltar também que fiz um estudo minucioso das provas que acontecerão até o dia da Maratona para que algumas delas fossem utilizadas como treino. Os 10 km da Corrida de Reis, em São Caetano do Sul, a Corrida de Aleluia em São Roque, propositalmente escolhida para treinos de subida, aliás como citei no post sobre ela, a mesma deveria chamar-se Corrida Vertical (http://ironmangfbpa.blogspot.com.br/2012/04/quando-4-4-nao-e-mais-8.html), pois tem subida que é uma barbaridade. Acompanhado dessas tem duas Meia Maratonas. A planilha não teve nenhuma técnica apurada, fiz com um bom e velho papel e lápis, além disso, “grudei” na parede do quarto e sempre que concluo um treino marco um OK. Simples assim, sem frescura.

Também quero abordar nesse post a aquisição de materiais que auxiliarão nos treinos, e, principalmente, no dia da Maratona. Por fim, consegui uma loja física para comprar as polainas de compressão, digo isso, pois tinha medo de comprar pela internet e não servir, ainda não as utilizei, mas assim que o fizer eu conto aqui. Outro produto (esse ganhei de natal da Vivi) é a bermuda de compressão (não é a térmica), essa veio com umas “tiras” que segundo as especificações do fabricante serve para dar estabilidade ao atleta durante longas jornadas, como é o caso da Maratona, também não utilizei, ambos estão aguardando o dia do primeiro treino longão, logo mais no domingo dia 20 de janeiro.

A musculação está judiando, estou todo dolorido, isso é muito bom, sinal de que está surtindo efeito. Talvez pelo fato de ter “tirado umas férias” da academia (a mesma esteve fechada durante o período), na hora que eu voltei senti bastante, além disso o treino mudou, está bem focado para a Maratona, com muita perna, muito braço, e (ai, ai, ai) muito abdômen. A musculação é a alma do negócio, constitui boa parte de um maratonista, ou pelo menos do maratonista que eu pretendo me tornar. Sinto muito pelos “corredores” que andam por ai desprezando o trabalho muscular.
Para terminar (e ainda falando em musculação) quero fazer um agradecimento bem grande ao Clebão, dono da academia onde eu treino, que tem se mostrado além de um excelente profissional, um amigo e apoiador dessa empreitada. Foi um dos poucos que abraçou a ideia e fez muito além do que deveria. Levou minha planilha para casa e montou em cima dela um treinamento dividido em 4 partes, cada parte com uma intensidade diferente, com focos diferentes, porém todos voltados para o objetivo. Não bastasse isso ainda deu várias dicas na minha planilha e fez alterações valiosas.  Quando cheguei nessa academia estava totalmente desmotivado, pois tinha acabado de descobrir a lesão no meu joelho e o Clebão me deu uma verdadeira injeção de ânimo. Sem palavras, o cara é foda.

sábado, 5 de janeiro de 2013

A Festa



Correr uma São Silvestre para muitos é um sonho, para outros uma meta, para mim era apenas umas questão de fechar bem minha temporada de corrida. Nada demais, sério, uma corrida como as outras. Mas não foi bem assim...
Desde a retirada dos kits já deu para sentir a diferença, o clima é outro, os corredores são os mesmos, mas a postura é outra.
Fui acompanhado por uma galera.  Tia Ivone, a Val, o Sensei e a Viviane que fez questão de me acompanhar nessa festa. Adorei muito sua presença. Deixamos o carro no Tucuruvi e seguimos de metrô até a Paulista, pois, tínhamos o receio de que deixar o carro lá fosse nos trazer complicações.
Ao chegarmos observei que muita coisa não era realmente como alguns haviam “pintado”. Ouvi horrores com relação a prova que na verdade não foi o que ocorreu na prática. Não tinha nenhum atleta urinando tampouco “cagando” na rua. Tinha muita gente sim, mas nada que eu já não tenha presenciado.
A São Silvestre é sim, uma prova diferenciada, a mística que a envolve, a tradição, são elementos que moldam e dão à ela uma singularidade única, intransponível, só estando lá para saber.
A largada foi dada e com ela tocou o tema Carruagem de Fogo, nessa hora meu amigo, não tem machão que não caia em lágrimas, não há hombridade que resista. Não fiz questão nenhuma de esconder, deixei o choro cair sim, era hora de “reviver” uma ano cheio de altos e baixos, onde pensei por um instante que não voltaria a correr.
Ao sair da Paulista e entrar no túnel me dei conta que eu estava fazendo parte da história, e chorei ainda mais ao lembrar do Rodriguinho, chorei pois poderei contar pra ele que eu já corri uma São Silvestre.
Passada a emoção do início veio a hora de cair na real e “entrar” na corrida, que não é fácil. O trajeto tinha muita variação de altimetria, o que mina a gente aos pouquinhos, apesar disso nos mantivemos bem. Fui acompanhando o Sensei, pois não queria deixa-lo em um percurso tão grande, por isso mantive um pace bem diferente do meu, mas absolutamente isso não faria nenhuma diferença, era dia de festa. Falando em festa, uma das melhores partes da São Silvestre são as pessoas que ficam assistindo, durante quase todo o percurso foi possível observar a galera gritando e incentivando os atletas, era uma festa só.
Havia também muitas curvas nesse novo percurso, coisa que acho bem chato, barbaridade. Ao sair do Largo do Arouche veio uma subidinha bem encardida, mas que tirei fácil, ao nos aproximar da tão temida Brigadeiro já dava pra sentir o friozinho na barriga, pois ouvi falar tanto dessa tal subida da Brigadeiro que estava de fato ansioso.
Ela veio ela...
 Paradoxalmente ela tem um pequeno trecho de descida, bem no início. Adoro subidas, acho que já disse isso aqui, mas a Brigadeiro tem algo a mais a envolvendo. Mantivemos o mesmo pace, apesar do Sensei não gostar de subida. Nessa hora veio uma das partes mais emocionante, havia um grupo de amigos empurrando um triciclo de um atleta deficiente, apertei o pace, me aproximei do grupo e pedi para conduzir o triciclo, e como isso me fez bem. Fui empurrando Brigadeiro acima e por onde passávamos ouvíamos os gritos e aplausos de incentivo. Conduzi-o até o quilômetro 13,5, quando um dos membros do grupo me pediu a direção, foi muito bom ajudar aquele atleta cadeirante a sentir a emoção de concluir uma corrida.
A tal Brigadeiro não acabava nunca, porém – agora eu posso falar com conhecimento de causa – ela não é tudo aquilo que ouvi falar. Não estou subestimando-a, jamais faria isso, mas já peguei coisa pior.
O ano passado eu ouvi muitos corredores reclamando o fato do percurso ter mudado, a chegada na Paulista era o principal alvo das reclamações, e de fato assim deveria ser. Ao sair da Brigadeiro a gente sente uma emoção muito grande. A toda poderosa Paulista se rendeu a mim, a todos nós corredores. Adentrá-la é realmente indescritível, as pessoas simplesmente vão ao delírio ali naquele trecho, pois muitos dos que ali estão ficam procurando seus familiares e amigos corredores, é quase ensurdecedor, mas não poderia ser diferente.
Cruzamos a linha de chegada e por fim, foi só curtir a meta alcançada. Depois voltamos ao lugar combinado e dava pra ver nos olhos de cada um de nós a emoção única de correr uma São Silvestre. Minha mãe, durante todo o resto do dia fazia questão de falar pra todo mundo que “seu filho tinha corrido a São Silvestre”. Que bom, ainda fui motivo de orgulho pra ela.
Correr uma São Silvestre é realmente uma experiência diferente, apesar das críticas, do preço abusivo, e do AMADORISMO CRÔNICO da Yescom, eu precisava disso. Ainda que eu jamais volte a participar eu precisava disso. Eu tinha que viver isso para poder falar sobre. Eu tinha que ter essa carta na manga. Eu Precisava, ainda que uma única vez. E assim o fiz.



PS: Obrigado Vivi, obrigado Capitão, vocês são minha estrutura, a rocha na qual sobe o alicerce dessa família. Devo tudo à vocês.