Já
discuti isso em outros posts, se muito não me engano na última vez que fiz uma
Meia Maratona... Se o cérebro é programável eu não tenho absoluta certeza, mas
o nosso corpo é, isso eu posso provar. Após a “balaço” que levei com o
adiamento da Maratona eu ergui a cabeça e fui pra cima com as ferramentas que
consegui juntar, o Clebão me disse – ainda que só para eu não desanimar – que o
que eu havia treinado eu não perderia, ao contrário ainda acumularia mais e mais.
E assim se fez...
Nesse
domingo, dia 17 de março rolou a VII Meia Maratona Internacional de São Paulo,
durante a semana, ainda desanimado, eu pensei muitas vezes em qual seria a
minha meta: “completar a Meia em menos de duas horas”, pois a última eu fiz em
2h01min, e queria de qualquer modo eliminar esse 1 minutinho que sobrou.
No sábado
fui retirar o kit por volta de 11h e o resto do dia descansei (ou melhor,
tentei, pois ser pai do Rodrigo não é uma tarefa fácil, mas vale muito a pena),
no domingo – e até mesmo antes dele – eu tinha pensado nessa Meia abaixo de
duas horas e no domingo saí de casa para bater essa meta. Meta essa que não é
coisa de outro mundo, qualquer atleta bem treinado é capaz, mas como eu disse
anteriormente eu queria muito essa marca. E me sentia preparado para isso,
cheguei no local da prova e dei uma alongada beeeeeeeeeem sem vergonha, e logo
já fui para a aglomeração, depois de ouvir o locutor anunciar a largada
coloquei os fones, liguei um alto e bom som, como de costume dei uns tapinhas
nas coxas – cada louco com suas manias – e desliguei do mundo.
Logo no
começo imprimi um pace bem ritmado, mesmo sem relógio eu sabia que estava por
volta dos 5:30, ou algo que o valha, e pensei comigo que se conseguisse ficar
nisso já estava de bom tamanho. Não me lembro, francamente, de outra corrida
que eu tenha feito com tanta segurança, com propriedades e com absoluta certeza
do que estava fazendo. Em nenhum momento tive dúvidas se eu conseguiria ou não,
pois estava em ritmo em que me colocava em uma zona de conforto. Estava maduro
o bastante para saber que estava com um pace que caberia perfeitamente em 21 km
e não mais que isso, se o fosse eu certamente não chegaria.
Foi
perfeito, o tempo estava nublado, com alguns pontos de garoa, música boa, sem
dores e com uma motivação que tiramos da manga nessas horas, só pensava no
cronômetro que me aguardava lá no pórtico, queria que esse marcasse menos de
duas horas, e pelo que estava fazendo sabia que isso ocorreria. Como de costume
nas subidas eu sempre vou bem, sempre passo uma boa galera, e nas descidas eu
dou uma segurada – jamais cometer esse erro BURRO outra vez –, a única ressalva
que faço é o Chatão, op’s, quer dizer Minhocão, passar uma vez por ele em uma
corrida já é chato, ontem foram duas. Baaaaaaahhhhhh...
Voltei
para a Pacaembu, e rumei para o vigésimo quilômetro com um bom pressentimento,
sabia que dessa vez eu conseguiria. Me passou um filme da última Meia que fiz.
Onze meses se passaram desde então, me lembrei de todos os planos que havia
feito depois dela. Me lembrei, é claro, da lesão que me afastou dos treinos por
quase 4 meses, me jogou na depressão e quase me fez desistir, me lembrei das
incontáveis horas de academia fazendo exercícios de fortalecimento, me lembrei,
principalmente, das seções de fisioterapia que irritavam e por fim me lembrei
que cheguei muitas vezes a pegar a medalha da Meia Maratona e achar que ela
havia sido minha maior conquista e que talvez eu jamais tivesse outra.
Confesso, sem nenhum problema que me emocionei e meus olhos se encheram de
lágrimas, pois dei a volta por cima daquela lesão NOS DOIS JOELHOS, estava a
pouco mais de 1 quilômetro para repetir meu maior feito e, principalmente,
estou no meio de uma planilha para ir para os 42.195. Me senti vivo, foi uma das
melhores sensações que já tive.
A essa
altura já havia passado pela placa cujo o número 20 saltava aos olhos. dei uma
risada modesta e abri um Sprint, não seria traído por alguns segundinhos outra
vez, isso outorga o que citei acima, foi uma corrida perfeita, madura e
realizada com competência e segurança, sem titubear em nenhum momento e com gás
para um Sprint no final, como manda o figurino.
O
resultado não poderia ter sido melhor 01:55:40 bruto, com um surpreendente
tempo líquido de 01:51:54, dez minutos abaixo da última. Não vou mentir, isso
massageou meu ego, sofri muito com todos os treinos, tiros ritmados e
incansáveis horas de musculação, mas o resultado apareceu. E não por acaso, não
por sorte, mas fruto de muito esforço, de muito trabalho e dedicação.
Isso me
deu uma injeção de ânimo para sacudir a poeira e ir buscar meu grande sonho dia
07 de julho na linda cidade do Rio de Janeiro, certamente não terei tanta
segurança como dessa vez, mas tenho certeza de que não vou lá para desistir ou
passar vergonha, vou para colocar a medalha dos 42.195 no peito e entrar para o
seleto grupo de MARATONISTAS.
Obrigado pela visita e mensagem lá no blog, Ademir. Parabéns pelo espetacular resultado na meia. E siga firme rumo à estreia com muito sucesso nos 42. Abraço e bons treinos!
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