Este será
o provável mais longo post desse blog, e pra mim um dos mais emocionantes e
difíceis de ser escrito.
Não sou
tão bom com edição de imagens como meu Professor Eduardo Acácio do (http://www.porqueeucorro.com.br/),
mas ainda assim se pudesse escolher uma imagem para essa postagem seria uma
mistura de surpresa com indignação.
Não
acredito em destino, ou que realmente há um regulador de nossas vidas com uma
caderneta para cada um de nós pesando o que deve ou não acontecer em nossas
vidas. Já cresci para fazer amigos imaginários. Mas em uma ocasião como essa eu
poderia muito bem afirmar que existe uma força me empurrando, ou melhor, uma
força manipulando os fatos para que tudo se desenhe de uma determinada forma,
mas não há força alguma, é apenas o acaso me pregando mais uma peça. Não estão
entendendo? Nem eu, mas vou tentar explicar.
Desde
meados de novembro do ano passado, e oficialmente no dia 08 do referido mês,
deixei aqui (http://ironmangfbpa.blogspot.com.br/2012/11/projeto-maratonasp-2013-1.html)
registrado minha vontade de correr uma maratona. Desde então tracei metas,
planos, estratégias, me preparei psicologicamente para a sequencia de treinos,
li milhares de blogs e sites sobre estreantes em maratonas, passei boa parte de
minhas férias (pós São Silvestre) debruçado sobre minha planilha montado
treinos.
Além
disso, mudei a alimentação para que essa fosse mais regrada e se aproximasse a
de um maratonista, passei boa parte desse tempo na academia puxando ferro,
suando feito um desgraçado, sentido doer – com extrema satisfação – cada
músculo do meu corpo.
Devo,
aliás, agradecer imensamente ao Clebão, que foi muito além de um orientador
físico (porque personal trainer é coisa de fresco), foi conselheiro, técnico,
amigo, companheiro de horas e horas de treinos no meu “laboratório”, com
centenas de horas de conversas descontraídas, agradáveis, inteligentes e
construtivas, sempre apoiando, dando “aquela” força para eu continuar. E
continuei, mas...
No início
de março recebemos a fatídica notícia de que a Maratona de São Paulo havia sido
adiada para outubro (Não, não vou utilizar esse espaço para detonar com a
Yescom) e me vi sem chão. Tentei não me dar por vencido, e tratei logo de
planejar a planilha para o plano B, a Maratona do Rio de Janeiro.
Na hora
da cabeça quente eu não pesei alguns itens necessários e comprometedores, o
fato é que a coisa fugiu do controle. Seriam dois meses a mais de treinos
puxados, pesados e estressantes. Descobri também que correr por diversão é uma
coisa, mas ao ponto que se torna um treinamento rígido, com uma meta, com
obrigações com planilhas e dias e mais dias de treinos a coisa ganha outro
rumo.
Cheguei
ao meu limite, em todos os sentidos.
O fato é
que eu não aguento mais. Não fisicamente, mas é coisa de cabeça, treinar forte,
treinar forte, treinar forte. Isso cansa, e tem outras coisas a pesar nessa
história. E é de fato o elemento mais importante de todos: A FAMÍLIA.
Com o
término da planilha, no dia 28 de abril, meu treino haveria de mudar, uma vez
que não eram mais necessários os treinos que vinha fazendo, para tanto deveria
passar a rodar de 40 a 60 km por semana para manter o condicionamento. Qual é o
problema nisso para quem já treinou 16 semanas?
Acontece
que por diversas vezes me veio algo à cabeça, será que tenho mesmo que fazer
isso? Preciso mesmo disso? Sim, preciso. E quero. Mas eu não estou só. Os
malucões que já fizeram isso sabe que uma sequencia de treinos para uma
maratona nos afasta de outras coisas do nosso dia a dia. Um fato mudou toda a
trajetória desse projeto, que era a Maratona de São Paulo, em um segundo
momento a Maratona do Rio de Janeiro e que agora é simplesmente o projeto 42.195.
Um dia fui buscar meu filho já passavam das 21h30 e ao me ver ele disse “papá”, chorou e veio gatinhando para o
meu colo.
Eu o
tinha visto às 6h00 da manhã e ao me dar conta que fiquei quase 16 horas sem
ver meu pequeno, e ainda me deparar com um filho que estava morrendo de
saudades do pai resolvi estipular quais eram de fato minhas prioridades. Não posso mais sacrificar minha família por
conta de uma maratona.
E todos
os que já fizeram isso sabem que por um instantes é preciso sim, abrir mão de
muita coisa para treinar. Já passei muitas horas longe de casa para treinar,
muito tempo longe da minha família foi necessário para fazer longões
intermináveis. E mais, depois de treinos longos, que geralmente são feitos aos
finais de semana o que sobrava para minha família era um pai cansado e sem
pique para brincar. Na maioria das vezes eu queria dormir e me recuperar.
Simplesmente chegou o ponto de que não posso continuar sendo tão relapso e
perder tanto da minha família para treinar.
Isso quer
dizer que acabou o sonho da maratona? Não, jamais, será antecipado. O plano que
era o A, que depois virou o B, agora é o C, que se tornou o A. Dia 16 de junho
vou à Porto Alegre realizar a meta dos 42.195.
Foi uma
decisão difícil, tomada em família, nas últimas semanas estava vendo a Viviane
apreensiva e meio tristonha, algo que me aborreceu um pouco, e numa conversa
bem franca ela me disse sobre os problemas de ir ao Rio de Janeiro, por
diversos motivos, mas o principal é o Rodrigo, que na ocasião terá um aninho.
Seria a viagem de mais de 4 horas de carro, além do que ele, pelo que tudo
indica, tem tolerância a comidas com corantes – ou seja, quase tudo – isso quer
dizer que ele precisa se alimentar de comida fresca e saudável, aquelas feitas
em casa, saca? Nada de comida industrializada, ou de restaurantes, seriam cinco
dias de viagem, quase impossível imaginar alimentação saudável por todo esse
tempo, além disso, o convênio não cobre fora do estado de São Paulo, se algo
acontecer com ele, lá vamos nós para hospital público. Imaginem vocês.
Concordo
com tudo que ela afirma, o Rodrigo ainda é muito pequeno para ser exposto à
tudo isso. Além, é claro do fato citado acima de que até lá são mais dois meses
de treino, e eu não quero mais precisar passar por tudo isso. Não sei se a
maratona do Rio será abortada por mim, mas o foco nesse momento é Porto Alegre.
Porto
Alegre é a cidade do coração, muitos dos melhores momentos da minha vida foram
vividos nessa cidade, e como tenho história lá...
Voltar à
Porto Alegre é sempre emocionante, sempre um momento único, ímpar, sempre
representa muito pra mim. É a capital do estado que aprendi a amar
incondicionalmente, que carrego no coração e na pele.
Tenho
certeza de que será uma das mais emocionantes corridas, não bastando ser a tão
sonhada maratona, ainda teria que ser no Rio Grande do Sul, estado que me
acolheu, berço de Flores da Cunha, de Borges de Medeiros, Teixerinha, Humberto
Gessinger e outros milhões de gaúchos ilustres.
Uma das
mais emocionantes cenas que já imaginei seria minha famílias me esperando na
chegada da maratona. Depois de ultrapassar todos os limites que o corpo humano
pode suportar, depois de todas as dores a ser sentidas no final dos 42.195
metros, a coisa que mais gostaríamos de ganhar é o abraço da família, mas não
será possível, eles não estarão lá, mas vão me apoiar de longe, eu sei que vão,
vou sem eles fisicamente, mas vou, pois não posso desistir agora.
Vou com a
cara, com a coragem e a vontade de completar minha primeira maratona, vou com
determinação, e com o coração apertado, pois é a primeira vez que piso em solo
gaúcho sem a Viviane, vou lembrar de todos os momentos que vivemos juntos lá,
vou visitar a mais nova Arena Grêmio e lembrar das vezes que fomos ao Olímpico,
e o que dizer do GreNal 377? Que dirá na hora que a maratona passar nas
imediações do Olímpico, que não sei se já estará demolido. Acho que uma das coisas que mais passará pela minha cabeça é o quanto eu fiquei longe da minha família para poder estar ali naquele momento e eu prometi ao Rodrigo que eu faria valer a pena. Por isso vou à Porto para completar minha maratona, a qualquer custo.
Tomar
chimarrão com os velhos amigos, visitar outra vez o mercadão, passar pela
Estátua do Laçador, sentir o frio gaúcho vai me emocionar muito, principalmente
sem a Vivi e o Rodrigo.
Visitar minha grande amiga de infância - e afilados de casamento - Sandrinha e seu marido Leandro, conhecer a Júlia vai ser muito bom. E como diz Cleiton e Cledir: "Quando eu ando assim, meio down, vou pra Porto e Bah, tri legal"...
Porto Alegre é um lugar apaixonante, o Guaíba, a Usina do Gasômetro, a arquitetura em formato de caravela faz de POA – só para os mais íntimos – uma das capitais mais lindas do mundos, o melhor lugar do Brasil em qualidade de vida.
É disso que o velho gosta, é isso que o velho quer...
Vem logo dia 15 de junho...
Visitar minha grande amiga de infância - e afilados de casamento - Sandrinha e seu marido Leandro, conhecer a Júlia vai ser muito bom. E como diz Cleiton e Cledir: "Quando eu ando assim, meio down, vou pra Porto e Bah, tri legal"...
Porto Alegre é um lugar apaixonante, o Guaíba, a Usina do Gasômetro, a arquitetura em formato de caravela faz de POA – só para os mais íntimos – uma das capitais mais lindas do mundos, o melhor lugar do Brasil em qualidade de vida.
É disso que o velho gosta, é isso que o velho quer...
Vem logo dia 15 de junho...
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