Um dia
sem qualquer pretensão estava à toa na internet e vi a postagem de um amigo (http://numerodepeito.blogspot.com.br/)
anunciando um Aquathlon. Que diabos! Será que sou capaz?
Embora eu
tenha entrado na natação com o propósito de nadar em competições oficiais
sempre que penso em enfrenta as águas me dá um baita frio na barriga. Frio na
barriga é um eufemismo para PÂNICO. Preciso controlar isso, mas com o tempo eu
aprendo, já estive bem pior.
Aceitei o
desafio, que era gratuito, ou melhor, tinha que trocar a inscrição por um
brinquedo. Justo! Fui à prova “dos homens”, nada de ficar com “percursinho”,
fui junto com os demais para a prova “máster”. 500 metros de natação e 3 km de
corrida. “Uma barbada. Já fiz coisa pior
em minha vida.” Foi o que pensei, mas estava enganado. Não que tenha
subestimado a natação, mas não tinha noção do que poderia acontecer. Cheguei
cedo, beeeeem cedo mesmo. Troquei o brinquedo pelo kit que vinha com camiseta,
número de peito e, que orgulho, uma touca de natação. Parece bobo, mas é simbólico,
ganhar uma touca no kit pra mim representa uma mudança, uma evolução. Me deixou
orgulhoso.
Fui para
a área de transição arrumar as coisas, tive meu braço marcado com o meu número
de competidor, mais um ato simbólico que me deixou orgulhoso, lembrei dos
IRONMANS com seus braços marcados como se fosse à brasa indo pra dentro do
oceano. (Sei que me empolguei, mas é isso mesmo)
Lá
encontrei o amigo Cláudio Rinaldo do blog que citei acima, cujo foi dele a
publicação que acabei esbarrando e me inscrevendo, aliás, o Cláudio faz quase
que um trabalho de divulgação de provas, sempre antenado mantém um blog ativo
em prol do esporte, divulga suas marcas, provas e nos deixa sempre alerta sobre
provas que valem a pena se inscrever. Grande pessoa, que briga pelo esporte, triatleta
e Ironman.
Meu número
era bem sugestivo, portei o 42, marca mística, sonho da maioria dos corredores.
Larguei na segunda bateria, um pouco antes reparei que a maioria dos
competidores estava “com medo” da temperatura da água, eu não me “fiz de leitão
para mamar deitado” e pulei de cabeça para quebrar o gelo. Quase morro, é
verdade, mas não fiquei de frescura.
A buzina
soou e nos jogamos, meu maior problema desde o início foi de nadar na diagonal,
por falta de malandragem, técnica e experiência em com petição de natação eu
senti essa dificuldade. Desde o início aprendemos que devemos nadar alternando
as respiradas, e sempre para o lado, NUNCA para a frente, mas isso eu só soube
depois. E como se faz para enxergar a boia e fazer as diagonais? Tive que parar
muitas vezes para pegar o rumo certo, e, além disso, por duas vezes entrou água
nos meus óculos, o que me atrasou. Apesar de tudo posso dizer com orgulho que
eu sim nadei os 500 metros que deveria, um monte de “espertões” na hora que se
sentiam cansados andavam na parte rasa da piscina, assim fica fácil.
Em minha
bateria largaram 25 viventes, e fui o último a sair da água, isso porque nos
últimos 100 metros, a última reta e larguei mão da boia e nadei em linha reta,
tendo como referência os azulejos da piscina. Isso ainda me fez caminhar depois
de ter terminado o percurso para sair corretamente na área de transição. Fui o
último mas não me deixei abater, fui correr.
No
caminho ainda avistei o Cláudio que ainda brincou comigo me orientando a não
esquecer de tirar a touca para correr. me vesti e fui para a corrida, sei que
faço isso de maneira mais natural do que nadar, todavia o que não imaginava é
que eu “gastei” muito na natação, não tinha ideia para equilibrar as energias
entre nadar e correr, isso vem com o tempo.
Como
citei anteriormente na minha bateria largaram 25 atletas, e fui o último a sair
da água, mas na corrida eu descontei e acabei no 18° lugar, passei seis atletas
usando minhas técnicas de corrida e minha resistência (resiliência) de
maratonista. Não era uma “competição” nesse sentido, mas terminar em último é
F*&¨%$#.
Fiquei
feliz com o resultado, não do 18°, mas da coragem que tive de começar a
enfrentar o medo de nadar, sei que ainda falta muito, e que nadar na piscinas
ainda é “café com leite”, águas abertas é outra coisa (ainda me alertou o
Cláudio, que por sua vez é um IRONMAN, e tem meu respeito), mas dei o primeiro
passo, e agora não vou parar mais.
Fica de
lição que ainda tenho que nadar (ou aprender) muito, muito, muito,
muito, muito mesmo. Vou treinando e logo
mais me enfio em outra peleja. Mas estou feliz.
“Vai... E
se der medo vai com medo mesmo.”
Essa
frase já me fez ir muito longe, e ainda há muito o que conquistar.
Parabéns! Muito bom revê-lo e que venham as próximas corridas, braçadas, pedaladas, enfim, todos os desafios!
ResponderExcluirAbraço!
Claudio Rinaldo
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