domingo, 11 de março de 2012

Embalado (Que venham outras)




O título do post já diz tudo. É exatamente assim que me sinto nesse exato momento. Embalado.


O Circuito das Estações Adidas era sem dúvidas há alguns meses meu maior objetivo esse ano. Era, não é mais. Isso porque as coisas mudaram por aqui. Mudaram dentro de mim. Quando comecei a arriscar despretensiosamente meus primeiros trotes não imaginava que a corrida me “pegaria de laço e relho”. A coisa canalizou-se de tal maneira que meu objetivo deixou de ser as provas mais “simples”, agora quero buscar a Meia Maratona. E a mesma já tem data e hora marcada. Dia 15 de abril de 2012. Estou treinando forte pra isso. Como dizem por aí: “Treino forte, corrida leve”.



Mas como não poderia deixar de ser, a prova desse domingo teve suas particularidades. A organização do evento foi sem dúvida muito boa, não impecável, mas pouco ou quase nada há para se reclamar, pelo menos em minha ótica. Inclusive havia uma tenda que fazia o teste da pisada. Bom eu acho que o meu resultado não foi bem o que eu esperava, mas... Por forças maiores, e Vivi e o bebê não puderam ir, nem minha irmã, nem ninguém – forever alone -, mas isso teve lá seu lado bom, pelo menos eu corri mais tranquilo, não precisei preocupar-me, pois sabia que todos estavam bem confortáveis em casa.


Carro estacionado, chip retirado, volumes guardados. Fiquei “por ali”, de um lado para outro sentindo o clima ímpar e contagioso de antes da prova. Participei do alongamento e logo fui para o local da largada com a mente esvaziada exceto pelos 00:54:28 da última prova. Era o que havia a ser batido, e eu larguei com esse propósito. O treinamento é, sem dúvida, o que separa homens de meninos. E essa máxima mostrou-se mais uma vez na prática. Larguei “suave”, até porque os bolos que se formam na largada não te permitem o contrário. Fui mantendo um bom ritmo, nada de gastar chumbo na saída, logo no primeiro quilometro “trombei" com a Valdirene, amiga-corredora do Bosque Maia, desejei força à ela e segui. Não sei bem como explicar, mas quando passei pelo primeiro posto de hidratação na subida da rua Marta me deu uma coisa – essa é a única palavra que consegui empregar para explicar – que me fez disparar, para se ter uma ideia fui para a calçada, pois a “caldeira” parecia estar saindo pelo ladrão, e eu senti que precisava de uma pista só pra mim. Disparei na subida como se na verdade eu estivesse descendo, mas fui.

O “Minhocão” já não era nenhuma novidade pra mim, não me assustou nem um pouquinho, passei por ele brincando, dando risada, era como se estivesse descansando nele até que algum momento traiçoeiro do percurso me exigisse algo mais. Já na volta senti um pouco mais o peso da “puxada” que estava, eu sabia que o ritmo estava forte, mais que o da última vez, mais uma vez os 00:54:28 veio na cabeça, será que ele cairia? Um pouco antes da descida da rua Marta – já no trajeto de volta - senti as pernas clamarem uma pausa, mas NÃO mesmo, elas que aguentassem o repuxo. Tive a impressão de que fui mais rápido na subida do que na descida, o que por si só já é um fator inédito, mas até aí... Entrei na reta da Pacaembu com dois agravantes que pesaram na minha: a ansiedade do tempo e a fadiga muscular, assim que passei pela placa dos 9 km eu bem que quis puxar mais, só que não era mais possível naquela altura do campeonato. Tudo indicava uma diminuição do ritmo. Cheguei a pensar que havia gasto muito cartucho no Elevado, ou na subida, sei lá, talvez na descida. Mas acredito que a ansiedade era maior que a dor. Sabia que faltava pouco, e quando comecei subi a Charles Muller fiquei tão empenhado em ver o cronômetro que todo o resto parecia paralisado. Mas ainda estava longe, e uma leve fisgada na coxa esquerda me lembrou de que não havia nada paralisado e que cada músculo, fibra, tecido e órgão do meu corpo estavam à prova, quase à exaustão.


Quando comecei a sentir a boca seca e o ar sumir eu consegui ver o digital do pórtico. Que sensação incrível, marcava pouco mais de 52min. Achei que era hora de frear um pouco. Por fim cruzei o pórtico com mais um recorde batido. Pórtico cruzado e medalha no peito. Os 00:54:28 já estava por terra, o tempo novo é de 00:51:25. E espero no próximo desafio de 10 km em maio ele caia mais de novo. dessa vez pretendo um sub 50. Domingo que vem tem mais. E no outro. E no outro. E no outro. E que veha a Meia.








Professor Ademir é gremista fanático, não dispensa um bom chimarrão depois de uma corrida – muito melhor que qualquer isotônico. Mais uma vez baixou seu tempo e está com a faca nos dentes para sua primeira Maia Maratona. 

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