domingo, 29 de julho de 2012

A Saideira



Para terminar em grande estilo essas férias de julho nada melhor que uma corrida. Nesse domingo, 29 de julho, realizou-se no cento histórico de São Paulo a Corrida e Caminhada Nippo Brasileira. Trata-se de mais uma daquelas ótimas iniciativas em que se faz a manutenção da amizade centenária existente entre Brasil e Japão. Como sou muito fã dos bons amigos japoneses não poderia de maneira alguma ficar fora dessa.
E para melhorar ainda mais o clima da corrida, o local da retirada do kit era no bairro da Liberdade, onde se concentra boa parte dos imigrantes japoneses e seus descendentes. Trata-se de um local tradicional, famoso e muito legal, têm japoneses e coisas de japoneses espalhados por toda parte. Muito legal, inclusive existem muitos restaurantes que servem pratos típicos. Inclusive tive a oportunidade de experimentar alguns desses pratos típicos japoneses por ocasião do convite que o Sensei Hideaki me fez. Foi muito legal, andamos muito pelas ruas da liberdade, nos divertimos e ainda almoçamos em um local muito familiar e agradável, os japoneses recebem muito bem seus convidados.
Agora falando da corrida, chegamos ao centro de São Paulo de maneira bem tranquila, pouco trânsito, nenhum flanelinha e algumas boas opções de estacionamento. Havia muitos japoneses na corrida, embora o número de participantes tenha sido abaixo do esperado, havia também muitas pessoas utilizando faixas com descrições em japonês. A novidade ficou pala presença da esposa do senhor Hideaki, a senhora Kieko, muito simpática e alto astral, nos deu a maior força.

A prova era formada por duas voltas no mesmo percurso que passava pelos principais pontos turísticos do centro antigo da cidade. Em sua totalidade o percurso era plano com leves subidas, exceto a que se aproxima da catedral da Sé, essa sim era bem inclinada, mas nada que um bom treino no Bosque Maia não resolva, por isso quero voltar a treinar essa semana. De qualquer modo foi uma prova muito legal, com algumas ressalvas, uma vez que foi organizada pela Yescom, e não se pode confiar, tampouco falar bem deles.
Mantivemos um bom pace, não fiz questão de marcar um bom tempo, tratava-se de uma festa, uma corrida para “passearmos” eu, o Sensei e o bom amigo Ivan Ribeiro fizemos companhia uns para os outros em todo o percurso. Fechamos a prova por volta do 60 minutos, lembrando que eram apenas 9.300 metros, não os tradicionais 10k, mas o importante mesmo foi completarmos bem a prova, e o fizemos. Meu joelho mais uma vez me incomodou muito, mas ele não vai me parar, não mesmo.
No final ainda passamos um bom tempo conversando lá no Vale do Anhangabaú, simplesmente jogando conversa fora despretensiosamente. Foi realmente muito construtivo correr, rever os amigos e fazer alguns novos. E por falar nisso, no meio da multidão um bom gaúcho da linda cidade de Porto Alegre reconheceu minha tatuagem e veio “prosear” conosco, foi muito legal.
As férias terminaram, mas eu aproveitei muito, fiz tudo o quanto estava ao meu alcance, treinei bem menos do que nas últimas, mas isso aconteceu por conte de minha lesão, e não por preguiça. Não vou de forma alguma me sentir mal com isso, afinal de contas aprendemos muito mais quando perdemos do que quando ganhamos, e essa lesão tem me ensinado muito, muito mesmo. Além disso, passei boa parte de minhas férias com o meu gurizão, foi muito bom curtir a paternidade de forma integral, e realizei seis das sete corridas que havia planejado, e a saideira foi essa, em grande estilo, com direito a ótimas companhias, almoço com comida japonesa e um percurso recheado de história, de encher os olhos.
A próxima corrida inclusive será no mesmo local na tradicional corrida da Corpore que leva o nome místico de Corrida do Centro Histórico, nada mais original que isso. Domingo que vem não tem corrida, vou “descansar”, nada de prova, chip, número de peito ou cronometro. Ao contrário, pretendo fazer 30k de pedal, e pelo andar da carruagem, se tudo correr como pretendo vou começar a nadar. Parece que os triátlons já começam a ganhar formas.  

O Bom e o Barato




São Caetano do Sul é sem dúvidas uma das melhores cidades do Brasil em qualidade de vida. E não é um simples palpite, os indicadores e o IDH não me deixam mentir. E quando essa bela cidade propõe-se a realizar uma corrida de rua não seria de outra forma senão como se deu.
No último domingo, 22 de julho realizou-se o Circuito SESI de Corridas de rua, pra começar gostaria de salientar que para chegar à cidade já foi bem fácil, na verdade nem precisava ter saído tão cedo como saí.
O SESI havia disponibilizado toda a estrutura de sua unidade para nós corredores, desde o banheiro – bem limpo por sinal - até massagens GRATUITAS à todos, associados ou não, além de um espaço reservado às mulheres, tudo gratuito, repito. 
ÀS 08h30min pontualmente deu-se a largada, o percurso era praticamente pela principal avenida do centro da cidade – o “melhor” estava reservado para o final – que por sinal era bem larga, bem distribuída, bem arborizada, bem asfaltada, bem organizada, bem bonita, bem tudo de bom.
O clima era o já conhecido, muito frio pela manhã mas com grande alteração já durante a prova, acredito que por volta da metade do percurso já deveria estar beirando os 20 graus. Mantive um ritmo médio, afinal de contas já fazia um tempinho que não corria 10k, e essa falta de “costume” me cobrou caro no final. A maior parte do percurso foi bem tranquila, inclusive presenciei algo bem inusitado, um corredor pra lá de maluco amarrou um pneu à sua cintura e foi correndo , e o pior, em um ritmo muito bom, inclusive eu o utilizei como “coelho” a maior parte do percurso, mas acreditem, ele me venceu, hehe.
A temperatura já cobrava seu alto preço quando passamos pela placa dos 8k, e o que parecia se encaminhar para um final tranquilo transformou-se em um calvário. Do quilômetro 8 em diante, parte do percurso onde a maioria que projetou uma corrida de 10k já está em seu limite “colocaram-se” em nossa frente duas subidas imponentes, daquelas de arrepiar e fazer o vivente desistir da vida por ali mesmo. Vou confessar: gosto de subidas, me saio bem nelas. O agravante é de fato meu joelho, que está em fase de recuperação e me limita muito, e por sinal voltou a doer como no início da lesão, mas eu adoro encarar essas subidas, treinei forte pra isso, e de certa forma gosto de ver alguns corredores que largaram forte ficando pra trás nas subidas enquanto eu “sento o braço”.
Olhei pra cima, e bem pra cima, diminui um pouco o pace e lá fui eu, ela era grande, e bem extensa. O problema foi que mal terminou uma e outra iniciou-se, foram mais de mil e quinhentos metros de subida, e muito bem íngremes. Mas como todos sabemos, após as subidas vem as descidas, o que já nos aliviou muito para completar a prova. Eu, todavia fui com muita calma, pois sei que são nas descidas que moram os perigos, “macaco véio” que sou deixei o tempo de lado e fui bem tranquilo, como passos mais curtos, assim como o Sr. Alcides me ensinou.
Terminei a prova com 00:56:57, tempo bom para quem encarou duas subidas muito difíceis e mais, com o joelho doendo. Dessa prova devo salientar que o ponto alto foi a organização, em sua totalidade, hidratação, percurso, camiseta, localização, pontualidade, medalha e tudo mais. O ponto baixo foi o joelho, que voltou a doer, mas isso se dá um jeito.
Mais uma vez enfatizo a ótima organização da corrida, que custou apenas 30 pilas e foi uma das melhores que já participei, é uma exemplo de que se pode fazer um bom trabalho, respeitar o atleta sem cobrar um preço exorbitante como muitos ”circuitos” por aí.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Duathlon Parte II



A segunda prova do “biathlon” foi bem mais tranquila que a primeira, não se tratava exatamente de uma corrida, era na verdade um passeio de conscientização. Uma espécie de “vejam, merecemos respeito mesmo estando sobre duas rodas”.

Mas pra falar a verdade não surtiu muito efeito, pois, ao longo do trajeto muitos condutores buzinaram, xingaram, odiaram, amaldiçoaram e só não “voaram” sobre nós porque durante todo o trajeto fomos fortemente escoltados pela CET e por policiais militares, inclusive alguns ciclistas da Guarda Civil, todos eles companheiros muito bem vindos.

Como tive que ir para o passeio depois da Meia de Sampa cheguei um pouco atrasado, dez minutos que não fizeram muita diferença, pois pra variar a largada atrasou. Foi meu primeiro evento de bicicleta, por isso fui com calma, afinal de contas era um território ainda desconhecido. Dá pra notar algumas diferença entre as duas modalidades – corrida e pedalada, inclusive acho que a maior delas é que os atletas da corrida são mais unidos, simpáticos e companheiros. Não quero ser injusto com os atletas e a modalidade, prefiro fazer outros eventos antes de formar melhor minhas opiniões.

Durante todo o percurso foi tudo bem tranquilo, exceto, como citei acima os motoristas estressados maldizendo tudo. Fizemos algumas paradas para reunir o pessoal do fundão que dispersava durante percurso. O melhor de tudo foi passear por todo o centro antigo de Sampa, ainda mais durante uma manhã domingo fria, por sinal. Observar os monumentos e as ruas desta cidade é maravilhoso, nos remete a pensar em uma Paulicéia bem distinta dessa que presenciamos nos dias de hoje.

Foi muito bom estar no meio daquela gente legal que pedalou em prol de um mundo mais plural, onde se tem respeito não por ser multado caso não tenha, mas por respeitar o próximo. Nesse mesmo domingo eu fui pedestre, ciclista e condutor, muitos são, mas poucos percebem isso quando estão dentro do carro querendo chegar cedo em casa. Ou naquela curva que teve que reduzir a velocidade por ter um ciclista nela, ou quando se precisa fazer uma ultrapassagem mas não pode porque tem um ciclista “no meio”.

Terminei o passeio com uma sensação vazia e um pouco frustrada, assumo. Queria um pouco mais de ação, uma corrida mesmo, com pódio, chip e essas coisas. Vamos lá, em busca de novos eventos. Foi a primeira de muitas. Essa foi a segunda parte desse “biathlon”, em breve pode ser triathlon, vamos ver o andar da carroagem.

Duathlon Parte I



O mês de férias realmente está sendo de “férias”. Isso por que já conquistei meu quarto evento em dois finais de semana, e o melhor, duas dobradinhas, e fiquei um final de semana sem correr.
A ideia era muito boa, embora uma loucura, mas se tudo corresse dentro do previsto não teriam maiores problemas, e assim se fez. Primeiro veio a Meia de Sampa, e depois o Passeio Eco Bike, assunto que tratarei na próxima postagem. Foi uma espécie de Biathlon, e essa é a primeira parte do conjunto.
O domingo não poderia ter começado melhor, com um frio de 5 graus, como bem sabem adoro correr no frio, aliás, não existe estação melhor que o inverno. Saí de casa às 5h15min. e cheguei ao Jockey ainda de noite. Estacionei o carro em um posto de combustíveis que ficava bem longe da entrada, e isso me obrigou a fazer uma caminhada de uns 10 minutos, o que ajudou muito no pré-aquecimento. Apesar de ainda estar escuro o movimento era bem grande, principalmente por conta da baixa temperatura, o que pra mim, não atrapalhou em nada. A atmosfera era a já conhecida, muito amistosa, com  muita gente sorrindo, brincando e se divertindo, afinal de contas, é para isso mesmo que a maioria dos corredores saem de casa em um domingo gelado: para se divertirem.
A largada teve poucos minutos de atraso, talvez nenhum, uma vez que o meu relógio poderia esta diferente do da organização. Assim que deu a largada eu já imprimi um ritmo de médio para forte, se fosse uma corrida mais longa provavelmente eu não teria começado com esse pace, mas eram só 5 e eu estava disposto a fazê-los da melhor forma possível.
O problema dessas corridas curtas é que aquela sensação ingrata de querer que ela termine logo bate bem rápido, e dessa vez me pegou antes da metade, logo no quilômetro dois. Ao fazer a volta eu percebi que estava realmente em um ritmo muito acima do meu comum e tive que fazer um certo esforço para mantê-lo.
Bom, a única coisa que me deixou triste nessa corrida foi o momento que separaram os “homens dos meninos”. Por volta do quilômetro 2,5 haviam as placas que sinalizavam os percurso de 5 e 10 quilômetros. Os que foram para os 21 deveriam seguir em frente, e isso me deixou um pouco abatido, pois, em outrora eu teria seguido em frente, pois meia maratona não é nenhuma novidade pra mim, já fiz muito mais que isso, pra ser mais direto no meu último treino “longão”, em maio experimentei a distância de 25 km. E por conta de minha lesão no joelho dessa vez tive que pegar o caminho “dos meninos”. Mas eu não me darei por vencido, em breve estarei aqui relatando minha volta por cima, nos 21, bem como nos 42.195. E mais, muito mais, tenho obsessão pelo IRONMAN, e também pretendo fazer a ultramaratona de Bertioga a Maresias no modo SOLO, vencerei os 75 km do percurso. Ah sim, assumo que fiquei com certa curiosidade quando soube que tem uns loucos que dobram a Maratona do Rio, são 84 km. Nada mal. São metas que já tracei e que são de um nível muito elevado, mas que começam dentro de si. Ter vontade de realizar um sonho já é um grande passo. E já estou trabalhando nisso, aguardem notícias.
Voltando para a prova, logo após a placa de 4 km entramos no Jockey, e terminamos por ali mesmo, em uma reta perfeita pra um Sprint, o que não aconteceu no meu caso, pois já havia mantido com êxito um ritmo muito bom que me rendeu o recorde na distância com um tempo de 00:26:27. Foi muito bom, pois já sabia que deveria sair da corrida e fazer uma nova corrida para outra corrida, só que dessa vez de bike.
Para terminar, gostaria de colocar algo bem pessoal que com certeza muitos vão discordar de mim. Embora bem organizadas e estruturadas, essas provas que acontecem aqui no grande centro são muito legais, não nego. São badaladas, concorridas, superestimadas e coisa e tal. Mas não tem aquela essência que a gente encontra nas corridas que acontecem nas pequenas e médias cidades interioranas. Já fui para muitos lugares como São Roque, Barueri, Jundiaí e pude sentir que ali a "coisa" é diferente, os amigos, as tendas montadas, o clima entre os participantes. É algo mais pitoresco, mais humano, menos comercial. Percebe-se isso já no valor das inscrições, aliás, muitas são grátis e quanto tu chega no lugar do evento é abraçado  por um clima amigo, amistoso, aconchegante, muito mais do que em qualquer outra prova aqui da capital, que é muito boa, mas que deixa bem claro que tem a intenção de reunir valores monetários, e não morais, como por exemplo encontramos em São José dos Campos, onde existe realmente uma família de corredores, grande, unida e feliz. São José dos Campos é sem dúvidas um dos melhores lugares para se correr e fazer amigos, tenho muitos deles virtuais, outros já tive a honra de dar um abraço pessoalmente, São José dos Campos está fazendo escola, muitos municípios deveriam seguir os exemplos oriundos dessa boa terra. Por isso estarei lá no dia 28 de julho, para reencontrar velhos amigos e fazer novos. Fica a dica.

domingo, 8 de julho de 2012

Com chuva, com lama e alma castelhana


Muitas pessoas encaram o período de férias como a época em que se pode enfiar o pé na jaca. Desregulam o sono, o estômago, e, principalmente o peso.
No meu caso, muito pelo contrario disso, encaro como a época que tenho todo o tempo do mundo para cuidar principalmente dos treinos que tiveram que ser substituídos pelas atribuições diárias.
E pra começar bem, hoje fiz uma das coisas mais fantásticas que um atleta pode realizar, pulei bem cedo da cama, com uma temperatura por volta dos 14 graus, todavia a sensação térmica deixava a temperatura muito menor, além disso, caía uma fina garoa e o vento não poderia ser mais gelado.
Rodei 21 quilômetros na ciclovia e classifiquei como SATISFATÓRIO esse treino. É uma premissa para os próximos desafios que almejo, entre eles alguns simulados de triahtlon.
O mais legal disso é que hoje me senti meio charrua, pois apesar do tempo, clima e temperatura eu encarei de frente o meu propósito, que era adquirir resistência na bike. E o fiz, com chuva, com lama e alma castelhana.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O Balanço do Semestre



Metade do ano de 2012 já se foi e o saldo é bem positivo, apesar da lesão. Foram 18 corridas, entre elas uma Meia Maratona. Diversos longões, o último com 24 quilômetros.
Muitos amigos novos, viagens que me proporcionaram conhecer diversos lugares fantásticos. Histórias de superação e muitas alegrias. Que venham outras corridas, outros quilômetros, outras viagens, outros amigos.





É bom estar vivo, é bom sentir-se vivo, e o esporte é um dos responsáveis por esse sentimento tão nobre e sublime.




E para ilustrar esse período separei algumas imagens: