segunda-feira, 9 de abril de 2012

Quando 4 + 4 não é mais 8


Após um aniversário na sexta santa, que começou às 5h da manhã com um longão de 18k, o último antes do maior desafio do ano, fui para São Roque participar da 65º Corrida de Aleluia.
Eram 8k que eu imaginei serem bem tranquilos, bem mais que os da última prova lá na Estaiada. Mas, como eu não aprendo mesmo... Mais uma vez percebi que esse mundo de corredor é muito mais emocionante e imprevisível do que poderia imaginar.


Peguei a estrada bem cedo e cheguei tranquilo no local da prova, peguei o kit, me equipei e lá fui eu. Assumo que tinha comigo uma ideia tipo “vou alí correr 8k e já volto”.
Mais uma vez estava enganado. Havia planejado dividir a prova em duas partes largaria mais suave, passando os 4 primeiros km na casa dos 5,30’ x 1’, depois abriria um pouco mais e baixaria a cadencia para os 5’ ou quem sabe até mesmo para os 4’,45’ x 1 que eu já estava habituado a fazer. Só esqueci, todavia de combinar isso com o cara que projetou o trajeto.



Barbaridade, quanta subida. Para o alto e avante, tchê!


Após um singelo atraso de 11 min. a prova começou numa descida que não me enganou nada, pois sabia que não seria tão fácil assim, porém não precisava exagerar na “peça”.
Após passar o quilômetro 3 eu já coloquei em prática meu plano e acreditem, não fui ultrapassado por ninguém até o quilômetro 6,5. Quando eu vi o primeiro morro, me deu um frio na espinha, mas me mantive firme, foram quase 600 metros acima, quando esse terminou mal deu tempo de respirar e já emplacou outro, e outro, e outro, até chegarmos na descida do quilômetro 4, foi onde realmente pode-se dar uma trégua. Era somente o silêncio que precede o esporro, pois para deleite de todos descemos tudo que havíamos subido o que me fez perceber que para cruzar o pórtico teria que pegar todo o percurso de subidas outra vez. Confesso, eu desanimei...
Quando estava chegando ao quilômetro 5 consegui ver os quenianos e os “cruzeirenses” brigando na chegada, o que me deu um pouco mais de coragem de seguir adiante. Após duas retas de, no máximo 1k iniciou-se a mais árdua e “sangrenta” parte da prova. A essa altura eu já nem pensava mais em seguir o “protocolo” planejado para a segunda metade da prova, como diz o Fábio Namiuti “aqueles passos firmes e bonitos se transformam em passadas horríveis e descompensadas”, ou seja, vai do jeito que der mesmo.



Foi a primeira vez que pensei em caminhar em uma prova, tive realmente muita vontade, mas não o fiz, gastei tudo o que me restava. O calor insuportável e as subidas deram a impressão de terem sido muito mais de 8k, muito mais mesmo. Quando terminei a última parte do calvário comecei a descer outra vez, agora para cruzar o pórtico. Como foi bom. Como foi gostoso, que vitória triunfal.


Recorde? Que recorde? Nunca antes tinha subido tanto em uma corrida, os 0:42:40 foi um recorde mundial dessa “corrida vertical” onde o Astro Rei mostrou toda sua onipotência. Não baixei o tempo dos últimos 8k feitos por mim, porém isso não me deixou grilado, pois pelas condições que essa Corrida de Aleluia se fez terminar vivo já foi um bom negócio. No pórtico me esperando estavam a Vivi com o Rodrigo, que mais uma vez se fizeram presentes. É sempre mais motivador saber que tem alguém esperando por ti lá na chegada.
Pé no pórtico, medalha no peito. Mais um desafio cumprido, depois foi só curtir o pós-prova, deu até para registrar um momento com o pessoal da Luasa e do Cruzeiro, consegui até tirar um foto com o queniano – que venceu a prova, diga-se de passagem.
Agora é descansar, “rodar” um pouco essa semana, bem de leve para não correr riscos e encarar O DESAFIO, correr os 21k. Esses sim darão um post bem elaborado no próximo domingo. Isso se me sobrar algum membro inteiro, mas estarei lá.


















Professor Ademir é gremista, milongueiro, ama ouvir música campeira e está bem ciente do que o espera no próximo domingo.

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