domingo, 1 de abril de 2012

Nem de tudo é bom, nem de tudo é ruim

  
         
            O mês de abril chegou cheio de desafios, aliás, o maior desafio do ano, como citei anteriormente são os primeiros 21k a serem vencidos no dia 15. Quase sem querer querendo as provas foram surgindo e eu fui aderindo, quando fui ver já tinha marcado corrida para os quatro finais de semana, mas vamos correr ma por vez, portanto vamos para a corrida de “abertura”.
            Apesar do já conhecido amadorismo da Yescom, que trocou o endereço da entrega de kit 4 vezes e no final colocou quase quatro mil corredores em uma loja de apenas alguns metros quadrados eu esperava pelo menos a emoção e o desafio de ganhar os quilômetros da Marginal Pinheiros, e de quebra ajudar a causa das crianças autistas.





            Cheguei sem problemas, e estacionei bem perto da Estaiada, dei uma andada despretensiosa por ali, vi que só pra variar não havia nenhum diferencial e fui para o local da largada. Depois de um aquecimento – ou pelo menos a tentativa de um – sem vergonha, coloquei o mp4 no último volume e fui me posicionar bem “ali” onde ficam os corredores de elite. Esperava muito desses 8 mil metros, cheguei a pensar e pretender correr bem forte mesmo, sem tomar conhecimento do que viesse pela frente.
            Mas que engano, logo na saída percebi que não seria assim tão simples como pretendia. Diga-se de passagem, que, a casa em reforma, a semana inteira sem descanso, tudo uma enorme bagunça e um sábado quebrando piso com marreta e talhadeira faria sim, uma pequena diferença na hora de passar a régua. O cansaço me cobrou, e cobrou muito, cobrou caro, logo no quilômetro 3 já senti que precisaria bem mais que só os carboidratos ingeridos na noite de sábado. Seria necessária certa imortalidade que nos surge nessas horas e que só quem é corredor sabe como é.
            Muitas coisas se passaram em minha cabeça enquanto as pernas ganhavam a Pinheiros: muito treino, pouco descanso, estresse dos quase 20 dias com o apartamento com a sala no quarto o banheiro no corredor e a cozinha na sala, o trabalho duro e pesado no sábado, ou a pior delas talvez tivesse sido que eu simplesmente subestimei os 8k. Pela primeira vez em uma corrida senti vontade de caminhar, mas na boa cara, isso seria “veadagem” em demasia para um corredor que não é mais um principiante. Tentei na medida do possível manter a mesma cadencia, pode até ser que eu tenha subido um pouco a passagem de tempo, mas não deu para saber ao certo. Quando passei pelo quilômetro 6 pensei: ”agora são só dois, e eu vou buscar, buscaria também se fossem 10k, se fossem 15 eu me arrastaria, mas chegaria, se fossem 21 eu teria que rastejar, mas completaria, e se fossem 42,125 eu talvez morresse glorioso tentando cruzar a linha de chegada, mas não pararia de correr. Assim sendo fui, e subi a Estaiada, ao chegar lá já enxerguei o nunca tão esperado pórtico de chegada, fui tomado pela adrenalina e apertei um pouco o passo na descida.
            O melhor ainda estava por vir, uma vez que pretendia fazer os 8k num sub 40 min. Seria um ótimo tempo, pois pretendia passar nos 5k por min. Assim sendo, o tempo estaria dentro do esperado; Para meu total entusiasmo ao me aproximar do cronômetro o mesmo marcava 39:35. Ótimo, eu cumpriria minha meta, como o fiz.
            São várias as conclusões que tiro de tudo isso, entre elas é que hoje eu não estava num dia bom. Concordei também, que apesar dos treinamentos disciplinados nem sempre tu consegues um desempenho excelente na hora que vai para a rua. Além disso, devo concordar mais uma vez que não fossem os treinamentos eu muito provavelmente teria caminhado. Também concluo que não subestimei os 8k, eu apenas me senti confiante por estar bem treinado, ao contrário disso, como sempre respeitei os oito mil metros a serem batidos. Por último concluo que se fosse um daqueles dias que as coisas simplesmente acontecem, eu teria voado. Mas fica pra próxima. Mais uma medalha no peito. Ah sim, falei tão mal de Yescom e ela me queimou a língua com uma pintura de medalha, sem dúvidas uma das mais bonitas que já coloquei no peito. Próximo desafio é domingo que vem, em São Roque e depois vem os tão esperados 21k.










Professor Ademir é gremista, corredor, mateador, assador de costela, PAI DO RODRIGO e teve seu primeiro revés no ainda por ele desconhecido mundo das corridas de rua. Apesar de não ter sido tão ruim assim. E que venham os 21. 

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