domingo, 23 de setembro de 2012

Eu consegui o sub-50




Hoje foi um dia muito especial. Por muitos motivos hoje foi um dia muito especial. Um dos principais motivos é que hoje foi dia de corrida. Dia de levantar bem cedo, calçar o tênis e ir à rua dar o melhor de si. Mas o principal motivo de hoje é que por fim eu consegui fazer o tão esperado sub-50.
E por que ele veio?
Eu consegui o sub-50 porque treinei muito para isso. Consegui o sub-50 porque idealizei que conseguiria. Porque precisava provar pra mim mesmo que eu não estava ali sem um bom motivo.
Eu consegui o sub-50 porque me frustrei muitas vezes por não tê-lo conquistado, mas nunca deixei de ter isso em minha mente. Consegui o sub-50 porque li em algum lugar que era preciso muito mais que vontade para conseguir um tempo deste. Que só atletas bem treinados com muita experiência conseguem bater essa marca.
Eu consegui o sub-50 porque não desisti mesmo sendo obrigado a ficar mais de três meses sem treinar devido a uma lesão no joelho. Consegui porque treinei pesado na academia, com um futuro ainda incerto, alguns até me dizendo que era melhor eu fazer outro esporte. Consegui porque cada músculo que eu fortalecia nas cansativas séries adutoras, abdutoras, flexoras e extensoras eu pensava que um dia faria diferença.
Eu consegui o sub-50 porque levantei às 5h15min da manhã da madrugada mais fria de setembro do ano de 2012 para ir tentar. Consegui porque sempre tive o apoio da Viviane, esposa e torcedora fiel. Consegui porque a deixei em casa tomando conta do nosso guri, e sabia que se conseguisse ambos ficariam orgulhosos de mim. E quando cheguei foi isso que aconteceu, e ver o olhos dele me procurando ao entrar no quarto com um sorriso sem vergonha valeu muito a pena.
Consegui o sub-50, porque persisti, idealizei, busquei. Consegui porque há 15 dias estou indo trabalhar de bicicleta, pois me disseram que, entre outros benefícios, isso me ajudaria a ganhar mais condicionamento devido as alterações de picos, além, é claro, de fortalecer a panturrilha, o que eu sentiria a diferença na corrida.
A prova foi a 82ª Volta da Penha, uma das mais tradicionais corridas aqui da capital paulista. A organização do evento estava dentro do esperado, com postos de hidratação bem divididos, não deixando nada a desejar. A largada foi dentro do próprio clube e logo ganhamos às ruas do tradicional bairro da Penha. Logo no primeiro quilômetro encontramos uma subida desafiadora, mas como eu já cansei de relatar aqui: eu adoro subidas. Bem próximo ao bairro do Cangaíba tinha uma descida que me fez colocar o pé no freio, pois tenho medo, afinal de contas foi em uma descida como essa que meu pesadelo começou. Só que hoje não, hoje não era dia de revezes.
Logo depois foi só alegria, pois por volta do quilômetro três, pouco depois da descida, entramos em uma longa avenida – que vou ficar devendo o nome – que tinha uma extensa ciclovia por onde corremos sem nenhum problema. Foi nesse momento que eu percebi que já imprimia um ritmo bem forte, quer dizer, acima do que estou acostumado. Senti que minha musculatura estava bem preparada, agradeci todas as horas de musculação, todas as intermináveis séries de exercícios, hoje os músculos foram exigidos, e responderam à altura. Não foi fácil prepará-los, mas hoje eles estavam prontos.
Saímos da ciclovia e rumamos no sentido da Marginal, quando passei pela placa dos 8 quilômetros senti um cansaço bem típico de fim de prova, mas ainda dava. E segui, procurei não diminuir a cadência, pois é sempre nessa fase que escaparam todos ou outros sub’s que me deixaram frustrado. Como citei há pouco, a musculatura hoje estava afinada, orquestrada, benditas sejam todas as horas que passei na academia, benditas sejam os treinos de tiro no Bosque Maia, benditas sejam as voltas fortes com subida que o Professor Alexandre nos passa às segundas. Não diminui, e após a placa que indicava o nono quilômetro fui tomado por uma euforia que senti medo de ser traiçoeira, mas não era, apesar de não ter noção do tempo sabia que era muito bom.
Ao regressar ao Clube fui recepcionado pelos porteiros que muito simpáticos acenavam para os corredores. Ao olhar para o cronômetro vibrei, pois marcava 00:50:13, fiz um breve cálculo descontando o tempo que demorei para passar pelo tapete e percebi que hoje não teria frustração. Abri um enorme sorriso e ainda tive energia para dar um Sprint e soltar a voz ao passar pelo tapete. Haviam poucos rostos conhecidos por ali. Esperava que o amigo-corredor Eduardo Acácio estivesse por lá, mas infelizmente ele está no estaleiro, queria dividir essa glória com ele, uma vez que seu blog http://porqueeucorro.blogspot.com.br/  foi meu manual de intruções na corrida de rua. Valeu Eduardo, força.
Pode parecer bem pouco para alguns, mas pra mim foi um resultado muito significativo. Passei por uma tempestade com minha lesão há pouco tempo e hoje consegui perceber que não desistir já é uma atitude vencedora. Existem muitas outras metas a serem alcançadas. Tenho muitas cartas na manga, muita munição para gastar. Pretendo completar minha primeira maratona em junho de 2013. Em breve quero escrever aqui o relato do meu primeiro IRONMAN e outras tantas aventuras que me seduzem. Mas o sub-50 era uma de minhas metas, e eu a alcancei.



  

Um comentário:

  1. Parabéns Ademir, isso é o resultado de muita FORÇA DE VONTADE E DETERMINAÇÃO !!!

    Forte Abraço

    Léo
    pisandoporai.blogspot.com

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