Para
um bom trabalho em equipe é necessário, antes de qualquer coisa, ter bons
aliados. E eu estava com os melhores que poderia escolher. Quase sem querer
consegui juntar quatro grandes amigos-corredores que fizeram toda diferença
para que tudo desse certo.
Para
a 20 Maratona Pão de Açúcar de Revezamento formamos uma equipe de quatro
pessoas. Éramos nós: Alcides Matrone, Diego Ronan, Hideaki Morimassa e eu. O
Alcides foi o nosso capitão, e ficou por sua conta as inscrições e a retirada
dos kits que o fez na quinta-feira.
De
início estava decidido que o Sensei Hideaki abrisse o nosso revezamento,
todavia...
Acordei
bem cedo, por volta de 4h30m já estava tomando um bom chimarrão para dar aquela
energia. Por volta das 5h peguei o Alcides e pouco depois pegamos o Sensei.
Rumamos par o local da prova sem problemas, sem trânsito, sem pressa, não havia
tido contratempos, não havia, mas houve.
Estacionamos
próximo à largada, até então havia pouco movimento por ali, uma vez que ainda
era muito cedo. Abro um breve parêntese aqui para a profecia do Sensei que
faltando pouco para chegarmos ao local da prova perguntou para o Alcides se
havia trazido os chips. A resposta foi firme e segura: “claro que trouxe, esta aqui comigo.”
Após
um tempinho o Alcides vai pegar a bolsa com os chips e adivinhem... Ela havia
ficado em casa. Bateu o desespero em todos, o Sensei ficou em um silêncio que
já dizia tudo, estávamos ferrado. Treinos, planos, correrias, e outras coisas
mais estavam indo pelo cano naquele momento. Olhei no relógio a ainda eram 5h50.
Bem depressa eu disse que não era hora para lamentações, e o melhor a fazermos
era voltarmos para buscar. Entramos no carro e voltamos à Guarulhos. A tensão
tomava conta de todos e íamos disfarçando a angustia com algum papo –furado qualquer,
mas todos estavam com a cabeça na prova. Se tudo desse certo estaríamos de
volta faltando pouco para a largada, mas estaríamos.
No
caminho de volta a maioria dos planos já tinham sido alterados. O Sensei já não
queria mais abrir o revezamento, e eu chamei a responsabilidade pra mim,
coloquei até o boné pra trás, parecia que a coisa tinha ficado realmente muito
séria. Enquanto eu dirigia o Alcides foi colocando o chip no meu tênis,
arrumando meu número de peito e me abriu até uma barrinha de cereais. Foi mesmo
muita adrenalina.
Como
já era de se esperar ao voltarmos não havia vaga para estacionar nas
proximidades, fomos andando desesperadamente até encontrarmos uma vaguinha bem longe,
entre outros dois carros, já era 6h40m. Mal paramos e eu entreguei a chave do
carro nas mãos do Alcides, bem como o celular com o Diego na linha para
combinar o lugar do encontro – que eu mesmo não fiquei sabendo qual era – para juntar
a equipe.
Corri
para o local da largada e vi que era um dos últimos. Um mar de gente tomava a
mediações da arena do evento, e as passarelas montadas pela organização já
tinha gente saindo pelo ladrão. Eram 36 mil pessoas.
Me
posicionei faltando 6 minutos para a largada, que atrasou 12 minuto. Após toda
a emoção da narração do evento foi dada a largada. O pace foi muito bom, sabia
que não podia puxar muito logo no início, pois, além do percurso ser maior de
10 km ainda havia o sol que já mostrava o ar de suas graças, e assim se fez.
Muito calor, muito mesmo, chagamos próximos aos 35 graus. O percurso não tinha
muita novidade. Algumas subidas que viravam descidas na volta, alguns ziguezagues
na 23 de Maio e só, mas o calor... Peguei água em todos os postos de
hidratação, mas a maior parte da água ia para a cabeça, pois realmente não
estava fácil segurar o repuxo do calor. Fechei minha parte com 1h05min. e
passei a braçadeira para o Sensei.
Depois
de um tempo “perdido” encontrei o Alcides e o Diego. Alocaram-se debaixo de uma
árvore, o que amenizou um pouco a atmosfera quase insuportável. Tomei um pouco
de água e comecei a curtir a desaceleração do meu metabolismo enquanto ia vendo
o tempo e os corredores passar. O Sensei fechou seu tempo com um pouco mais de
1 hora e passou a braçadeira para o Alcides que por sua vez também fez por
volta disso. O Diego foi o último, e pegou uma pedreira daquelas. Como foi o
último ficou responsável por nos trazer a merecida, e, diga-se de passagem,
linda medalha.
No
total fizemos a maratona em 4h19min, resultado que me deixou muito satisfeito.
Valeu muito a pena, foi muito divertido, ainda mais que por alguns instantes
chegamos a pensar que tudo tinha ido pelos ares. Mas no fim deu tudo certo,
graças ao nosso trabalho em equipe. Ano que vem estaremos de volta, com toda
certeza, espero que seja a mesma equipe. Essa entra definitivamente para o
calendário.
A
volta para o carro foi penosa, pois carregar o carrinho que continha nossos
mantimentos para o carro com aquele sol não foi das tarefas mais fáceis. Bom,
mas pra quem fez o que nós fizemos isso já não era muita novidade, serviu para
coroar ainda mais nossa diversão.
Fica
a dica, foi muito divertido e como eu mesmo disse ao Sensei no meio da correria:
“Essa Maratona ao render uma ótima
história.” Que espero ter escrito com um mínimo de emoção.
PS: Com relação ao animal que invadiu a área isolada da corrida. Não vou nem comentar. É digno de nosso desprezo.
YES !!!
ResponderExcluirUm belo trabalho em equipe !!!
Parabéns a todos !!!
um abraço do
O Corretor Corredor