domingo, 20 de maio de 2012

Excelente, simples assim



        Aprendi muita coisa após eu me tornar um – aprendiz de – corredor de rua, sem dúvidas uma das principais delas foi saber a hora de tirar o pé do acelerador. Foi o que eu fiz hoje na 27º Tribuna FM na linda cidade de Santos. Após o susto que levei sentindo dores no joelho resolvi ir bem de leve na corrida de hoje. Se bem que ainda que eu quisesse correr de verdade eu não conseguiria, pois havia tantos participantes que para fazer o tão sonhado sub-50 teríamos, no mínimo que largar com os imortais lá na elite.
        Bom, mas vamos de fato ao eixo do post. Tenho que me render aos encantos da organização da 27º Tribuna FM. Tirando o único revés que é ter que pagar através de boleto bancário, a entrega do kit foi em um local com estacionamento, banheiro, espaçoso e bem organizado. Inclusive me surpreendi já na ida ao local, pois havia placas nos postes indicando o caminho para o ginásio onde a retirada estava acontecendo. Os postos de hidratação estavam bem distribuídos, com água bem gelada e staffs o suficiente para atender os 16.500 corredores e os inúmeros “pipocas” que passaram pelos postos. As placas de quilometragens foram colocadas possivelmente com GPS, pois estas marcaram exatamente 10 km. O kit pré, e principalmente o pós-prova estavam de acordo com o que o bom senso determina. E a medalha, sem exageros, acho que é a mais bonita da minha coleção.
        No café da manhã, ainda no hotel encontrei com o amigo-corredor Diego Ronan, combinamos de ir ao local da largada juntos, pegamos um ônibus até lá e para nossa surpresa estava lotado de corredores, o que elevou ainda mais o clima amistoso de corrida. Alongamos um pouco e fomos para o front. Mais uma vez me chamou a atenção a organização, pois a largada em ondas funcionou realmente. Havia staffs olhando o número de peito para saber se você estava realmente entrando no seu pelotão. A largada foi pontual e lá fomos nós.
   
        Até a sexta feira, não tinha me dado conta desta corrida. A cidade simplesmente pára por ela, não se falava em outra coisa nas ruas, bares e supermercados da cidade. As pessoas acordam cedo e ficam nas janelas e varandas gritando para os corredores, muitos tomam as calçadas e brincam o tempo todo conosco, nunca me senti tão assediado, aliás, diga-se de passagem, é a primeira vez que isso acontece.
        No quilômetro dois o joelho deu uma fisgada chata, mas como eu não estava forçando foi algo passageiro, após isso só mesmo uma fadiga tradicional, nada muito sério, ainda bem, pois estava mesmo muito preocupado com uma possível lesão. Fomos no trotinho, sem maiores pretensões mesmo, ao passar pela última curva antes do pórtico havia um palco com uma banda tocando U2, ah sim, muito bom gosto por sinal, e foi só festa. Terminamos a prova muito bem, tranqüilos, sem recordes, sem tempo – acho que foi por volta de uma hora, para mais ou para menos, sei lá – mas com muita alegria, foi uma celebração, uma festa, um abraço de boas vindas e de adeus de uma cidade que faz questão de pedir aos seus visitantes que voltem outras vezes, uma cidade que pareceu nos dizer: “Foi muito bom tê-lo aqui, volte sempre e tenha um ótimo domingo”. A entrega do kit pós prova ocorreu sem nenhum problema, uma sacola daquelas ecológicas com sucos, frutas e a medalha. 

        
        Continuamos caminhando e já emendamos rumo ao hotel. Nenhuma prova é igual, ainda que procuremos – e às vezes achamos – traços de umas nas outras elas nunca são iguais, exceto por um detalhe, todas lhe ensinam algo. Essa foi uma corrida que vi pessoas que acreditam em outras pessoas, o que se tornou cada vez mais raro, vi uma cidade grande que mantém seus traços característicos, culturais e históricos. Vi uma cidade com pessoas que aplaudem atletas e não os xingam pelo fato da CET ter fechado a rua. Vi uma cidade onde as tiazinhas ficam gritando para nós não desistirmos e para colocarmos a medalha no peito, pois conquistá-la não foi nada fácil, ou uma outra que foi na feira mas voltou correndo, ainda cheia de sacolas para torcer pelos atletas. E quando as pessoas nos viam caminhando com a camiseta da corrida nos olhavam como se fossemos heróis voltando da guerra.
        Obrigado Santos, por me fazer sentir um atleta.
        Depois disso foi descansar um pouco e voltar pra casa, não sem antes passar pelo Museu do Café, no centro histórico, o que frustrou muito a Vivi, pois o mesmo se encontrava fechado, ao passar por ele comentei com ela que podíamos marcar um dia para voltarmos para visitá-lo, e com certeza será na 28º Tribuna FM, no ano que vem.      

Um comentário:

  1. Parabéns por mais este super desafio superado,com toda a certeza as conquistas serão inúmeras com toda essa energia e garra !!!

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