segunda-feira, 15 de abril de 2013

Quando tudo simplesmente (não) acontece




Sabe aquele dia em que absolutamente tudo acontece, ou melhor, deixa de acontecer? O seria o contrário?
Primeiro porque acordei às 3h da manhã e não consegui dormir mais, seria apenas um detalhe não fosse o fato de eu ter achado que já estava atrasado, sai de casa e ainda acordei a galera ligando pra todo mundo achando que estava com a razão. Depois o frio, a chuva, o tênis inadequado, uma semana cheia de estresse veio confirmar o mal dia. Não bastando isso eu ainda esqueci os sachês de carboidrato em casa. Além do que, não consegui treinar muito durante toda a semana, e o que treinei ainda o fiz muito mal, com sono, cansado, esgotado e desmotivado, na quinta-feira na academia o pessoal cansou de rir de mim por conta do meu ânimo – nesse caso a falta de – que era visível. Na sexta não treinei e no sábado, pra acabar de completar o fiasco eu fui ao encontro semanal da família e adivinha? Fritura, gordura e nada de alimentação pré-prova.

Qual poderia ter sido o resultado de tudo isso?

Devo ressaltar que alguns dos “itens” citados acima “acontecem”, outros, ou a maioria deles são causados por falta de responsabilidade, vergonha na cara e de disciplina. Trotsky certa vez citou que muitas vezes é necessário dar um passo atrás para depois dar dois à frente. Pois eu digo ainda mais, treinar é dar um passo à frente, se alimentar mal é dar doís pra trás. E Foi o que eu fiz.
Debaixo de uma garoa que era propícia para quebra de recorde eu larguei com calma, logo na placa de 1 km avistei o “coelho”, o marcador de ritmo cujo puxaria 5’30 por quilômetro, levando em consideração que a última Meia que fiz eu rodei a 5’17 eu achei que conseguiria, ainda que abortando a missão de baixar o tempo acompanhar esse pace, e assim o fiz, mas ao chegar no quilômetro 12 eu já sentia os efeitos contrários.
Tentei, juro, levantei a cabeça e pensei cá com meus botões que iria até onde desse, o que aconteceu no quilômetro 18. Havia chegado o meu limite, não dava mais para acompanhar o “coelho”, dali por diante se eu quisesse salvar a colheita teria que ser em outro pace, ou talvez eu quebrasse de vez. Obedeci meu corpo.
Terminei com muitas dores, mais do que normalmente sinto. Ainda com tudo isso acredito que não tenha sido tão mal, fechei com 01:58:00, três minutos a menos que no ano anterior, todavia SETE minutos acima da última prova nessa distância, e se considerarmos que a prova anterior o percurso era chato, encardido e cheio de subidas... ai, ai, ai!
Poderia ter sido muito melhor, essa Meia é uma prova excelente, com uma organização excelente e um percurso à ser triturado, se tivesse nos meus melhores dias, ou um daqueles dias que tudo simplesmente acontece eu teria certamente feito um sub-01:50.
A Ressalva que faço para terminar é a respeito do título desse post e os dois primeiros parágrafos. Tudo que aconteceu não aconteceu por acaso, aconteceu porque eu permiti que sim. Nenhum dos itens citados acima foi por má sorte, mas por uma má postura. Todas as vezes que assumi o papel de um cara que quer ganhar, eu fui lá e ganhei, mas dessa vez eu assumi o papel de um cara que se deixa levar, e o resultado não poderia ter sido diferente. Estou me sentindo muito, muito cansado com essa sequencia de treinos, já me perguntei se é isso mesmo que desejo pra mim. Ou se preciso realmente disso. Mas eu já sabia que seria árduo, ainda mais que emendei um treino em outro e teoricamente terei de treinar 6 meses, ao invés dos 4 recomendados para completar a tão desejada Maratona do Rio, mas isso eu também já sabia. E eu poderia culpar isso ou aquilo, mas não vou, não existe outro culpado se não eu mesmo e minha falta de responsabilidade. Nunca, jamais 5 quilômetros será fácil, que dirá 10, se falarmos de 21 então... Agora 42.195 é coisa de gente comprometida. É coisa pra poucos. Só para quem realmente quer ganhar.

2 comentários:

  1. nem sempre sai tudo conforme queremos cara, liga não.... fiz essa meia sem volume adequado por causa do joelho, senti mais no final mas mesmo assim consegui um tempo razoavelmente bom pelas circunstancias

    outras provas virão, a maratona requer muito treino e disciplina para completar em um tempo legal e não chegar morrendo... eu sou um que vou chegar morrendo e em um tempo na casa das 4h30 sendo otimista rs

    anima ai, tira uma semaninha off se for o caso, descanso faz parte do treino

    abs

    diego ronan

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  2. Tirando as coisas que vc nao planejou, mesmo assim lhe parabenizo meu amigo e agora e pensar nos proximos desafios. Boa semana e bons treinos,

    Jorge Cerqueira
    www.jmaratona.com

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